“Chacina jurídica”, diz deputado sobre sentença de Moro contra Lula

“Uma sentença para condenar alguém não precisa de 218 páginas. Isso trata-se de uma ‘chacina jurídica’. Ou seja, quando se tem prova, se faz o relatório, mostra-se a prova e aplica-se a pena. Não se precisa de 218 páginas para condenar ninguém. O juiz para condenar tem que ter imparcialidade, tem que julgar com as provas dos autos. Qual é a prova que ele tem que Lula é dono do apartamento? Para mim, esse juiz deveria é estar preso”, disse o deputado estadual Jeová Campos (PSB), logo após tomar conhecimento e ler a sentença proferida pelo juiz Sérgio Moro, que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e seis meses de prisão.

Na opinião do deputado, fica evidente lendo o final da sentença, na última folha, que Moro demonstra que agiu com sensação de vingança, de foro íntimo. “Isso fica claro quando ele justifica que não tem nenhum prazer de julgar o ex-presidente. Ai ele justifica a covardia dele de ser um juiz parcial, que não tem a menor condição de fazer um julgamento. Não existe sentença de 218 páginas. Isso trata-se de um sofisma. Como não se tem um fato e uma prova justificando esse fato, se precisou de tantos argumentos para preencher as 218 páginas. Isso é um absurdo na literatura jurídica. Eu diria até que é uma insensatez humana. Essa sentença merece todo o nosso repúdio”, argumenta Jeová que também é advogado.

Ainda segundo o parlamentar, a condenação de Lula foi definida muito antes deste processo começar. “O Sérgio Moro veio cumprir uma encomenda para desmoralizar as instituições no Brasil. Quando ele conduziu Lula coercitivamente, só não o conduziu preso porque a Aeronáutica não deixou. Então ele veio para cumprir esse papel. Por que ele não coloca na cadeia outras figuras importantes, a exemplo da esposa de Eduardo Cunha, por que ele não tem nenhuma altivez ao inquirir Michel Temer, por que que ele não tem a mesma complacência para pedir ao Supremo que investigue o tantas vezes citado Aécio Neves?”, questiona Jeová.

No entendimento do deputado, Sérgio Moro não deveria ser juiz. “Ele deveria ser o candidato da extrema direita brasileira. Ele não merece meu respeito para condenar ninguém”, disparou o parlamentar.