Cazaquistão nega informações da China sobre “pneumonia desconhecida” no país

"O Ministério da Saúde da República do Cazaquistão oficialmente declara que esta informação não se ajusta com a realidade", diz comunicado oficial

O Cazaquistão negou nesta sexta-feira as informações divulgadas pela embaixada da China no país, sobre uma o registro de uma “pneumonia desconhecida”, que teria taxa de letalidade mais alta que a Covid-19, provocada pelo novo coronavírus. “O Ministério da Saúde da República do Cazaquistão oficialmente declara que esta informação não se ajusta com a realidade”, diz comunicado oficial, que foi divulgado junto com uma imagem que continha a inscrição “notícia falsa”.

Ontem, veículos de imprensa da China, como “Global Times”, “South China Morning Post” e “CGTN”, veicularam que a embaixada da China na antiga república soviética postou na plataforma WeChat informações que teriam sido extraídas da mídia cazaque, sobre a incidência de pneumonia nas cidades de Atirau, Aktobe e Shymkent.

A embaixada sustentou que, na primeira metade do ano, essa pneumonia teria provocado 1.772 mortes, sendo 628 registradas apenas no mês passado. Algumas das vítimas, inclusive, seriam chinesas.

“A taxa de letalidade da doença é muito mais alta do que a do novo coronavírus”, aponta o texto da representação diplomática.

Ainda segundo as informações divulgadas ontem pela embaixada da China, o Ministério da Saúde do Cazaquistão e outros órgãos estariam realizando um “estudo comparativo sobre o vírus da pneumonia, mas ainda não conseguiram identificá-lo”.

Hoje, as autoridades da antiga república soviética indicaram que a contabilização de casos da doença, seja de origem bacteriana, viral ou fúngica, que também incluem “pneumonias virais de organismos não especificadost”, estão dentro das diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“É importante destacar que a OMS introduziu códigos de pneumonia na Classificação Internacional de Doenças, nos casos em que a Covid-19 é diagnosticada clinica ou epidemiologicamente, por exemplo, com as opacidades in vitro nos pulmões afetados, mas não com confirmação em laboratório”, aponta o comunicado.

“O Cazaquistão, como outros países, mantém um registro e uma vigilância nestes tipos de pneumonias, com o objetivo de tomar decisões oportunas, voltadas a estabilizar a incidência e a prevalência da Covid-19”, completa o texto.

A antiga república soviética registrou nas últimas 24 horas 1.726 casos de infecção pelo novo coronavírus, elevando o total para 54.747. No território cazaque, desde o início da pandemia, 264 pessoas morreram em decorrência da contaminação pelo patógeno.
Na maioria dos casos, a doença pode ser tratada com antibióticos. O problema surge quando um novo vírus ou bactéria capaz de causá-la se mostra resistente aos remédios atuais. Ainda não há vacina contra o novo coronavírus.

Nesta sexta, a OMS disse que uma epidemia de pneumonia no Cazaquistão está no radar, mas que a causa pode estar relacionada ao coronavírus.

Do UOL