Cássio rebate internautas que o chamam de cassado: “sou ficha limpa”

Esclarecendo os fatos, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) subiu na tribuna do Senado na tarde desta segunda-feira (07) para afirmar que não foi cassado por corrupção. Insatisfeito com as atitudes do Partido dos Trabalhadores em questionar a autonomia de órgãos como o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, o senador tachou a argumentação do PT de “oportunista”.

Cássio comentou sobre as acusações que recebe de internautas ao opinar acerca do PT e esclarece sua cassação. “Vou dizer algo que digo com muita tranquilidade. Toda vez que eu vou pra rede social, muitas vezes em que trato desse assunto, vem sempre do lado de lá ‘Cala boca cassado, você não tem moral para falar isso’, só porque eu tive uma cassação pela Justiça Eleitoral”.

E vai mais além. Cássio alegou que tem legitimidade para falar de impeachment, cassação, perda de mandato.

“Poucas pessoas no Brasil que tem moral para falar sobre isso sou eu. Primeiro que não fui cassado por corrupção, não fui cassado por malversação de dinheiro público, não fui cassado por improbidade administrativa. Perdi meu mandato de governador por um programa social que realizavamos na Paraíba, muito semelhante ao Bolsa Família, mas a Justiça Eleitoral entendeu que aquele programa tinha interferido no resultado da eleição. Por mais justa que fosse a minha indignação, em nenhum momento eu me voltei contra aquelas instituições. Por mais justa que fosse a minha indignação, em nenhum momento eu tentei desqualificar a Justiça, me contrapor aos valores da democracia e da República, me resignei em cumpri a condenação que foi a mim imposta, tanto é que estou hoje no Senado Federal por decisão do Supremo que disse que eu era ficha limpa. Sou ficha limpa”, explicou.

Para ele, quem o acusa de “cassado” é porque não sabe discutir democraticamente ou quer politizar os problemas.

“Então, neste momento, você consegue distinguir bem, quem tem uma formação democrática, tem um compromisso com a república, quem se submete as regras do jogo e não tenta politizar tudo que acontece nessas disputas. Esse é o momento em que, esses valores da República, onde todos podem e devem ser investigados, em que não existe ninguém imune as investigações, devem ser preservados. Opiniões se houve ou não abuso vai ter. O fato é que essas investigações tem que ter curso e sequência, e que elas sirvam para revelar a verdade. É isso que a população brasileira deseja nesse instante, que a verdade seja plena e resplandeça como a luz do sol, e que a partir disso, possamos construir novo momento para o Brasil. Todos aqueles que tem responsabilidades com o país não vão enfraquecer a Justiça, o Ministério Público, nem tão pouco a Polícia Federal. Você pode até criticar uma ou outra decisão, mas instituições não! Essas são permanentes, são valores que não podem ser atacados porque estão protegidos pela nossa Constituição”, enfatizou.

Sobre as ações do PT em questionar a autonomia dos grandes órgãos, o senador relembrou. “A bancada do PT na Assembleia Nacional Constituinte, e eu fui deputado constituinte, tive muita honra de poder participar desse momento histórico no Brasil, não tinha número suficiente para aprovar, por exemplo, a autonomia do Ministério Público, a autonomia da Polícia Federal. Mas, mesmo que tenha contribuído para isso, é importante lembrar que o PT se recusou a assinar a constituição. Então, essa incoerência, esses argumentos, que me desculpem a expressão, oportunistas, que o PT costuma usar, é o mesmo partido que hoje diz, aprovamos na constituição, o fortalecimento do Ministério Público Federal, mas é o mesmo partido que não assinou a Constituição”, disse.

“Da mesma forma que o PT tem como mantra nesses últimos meses, nunca se investigou tanto quanto no governo do PT, como se investigação fosse uma prerrogativa do poder Executivo. É o mesmo partido que vive propagando que nunca se investigou tanto, que hoje tenta desqualificar as investigações. Investigue, desde que não sejam com os nossos. Não pode ser assim. Numa República séria todos devem ser investigados. Nós já tivemos condenações no passado, de militantes filiados de outros partidos. Agora quanto a afirmação de organização criminosa, essa vem do Ministério Público, que deve ser tratado com respeito. É um desrespeito a República e a democracia, o partido dos trabalhadores tentarem qualificar a PF eo MPF de um braço político de quem quer que seja. São instituições que funcionam de forma livre. São instituições que precisam de apoio, e tem o nosso apoio, para investigar a todos”, afirmou.