Cássio aponta “oportunismo” do PT e rejeita diálogo entre FHC e Lula para discutir crise

O PSDB, através de nota assinada pelo senador paraibano Cássio Cunha Lima e o deputado Carlos Sampaio, líderes do partido no Senado e na Câmara Federal, respectivamente, rejeitou o aceno dado pelo PT para que os ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Luís Inácio Lula da Silva se sentassem à mesa para discutir a crise atual vivida pelo Brasil.

Na nota, divulgada neste final de semana no site do partido, o PSDB chama o PT de “oportunista” e faz duras críticas à legenda da presidente Dilma Rousseff. “Sem nenhuma autocrítica, sem reconhecer o estelionato eleitoral a que submeteram o país, sem nenhum pedido de desculpas pela ganância, pela corrupção e pelo desrespeito aos brasileiros que tomou conta do Estado nacional, (os petistas) acenam à oposição com o único propósito de tentar dividir conosco o ônus da crise que eles mesmos criaram”, diz o texto.

“A oposição ecoa a voz da grande maioria do nosso povo. Por isso, permaneceremos onde estamos. Na defesa intransigente das nossas instituições e dos interesses dos brasileiros. Contra os desmandos e o oportunismo do PT”, completa a nota.

Confira abaixo a nota completa divulgada pelo PSDB:

Nota dos líderes do PSDB na Câmara e no Senado

O oportunismo do PT não tem limites.

Agora que a sua verdadeira obra de governo foi desmascarada aos olhos dos brasileiros, tentam encontrar mais uma forma de fugir às suas responsabilidades.

Passaram anos estimulando a intransigência, o rancor e dividindo o país entre o nós e eles. Entre o governo e a oposição.

Agora, sob o pretexto de uma súbita preocupação com o Brasil, dizem querer buscar o diálogo com quem antes rechaçavam.

Para quê? Por que só agora?

Não buscaram nunca esse diálogo quando ele poderia, de fato, ter servido ao país.

Nunca deram ouvidos aos seguidos alertas da oposição sobre os erros anunciados e cometidos pelo governo que nos trouxeram para a grave crise em que nos encontramos.

Basta lembrar, como exemplo, o episódio da desastrada interferência do governo no sistema elétrico do país. Naquele momento, ao invés de ouvir os nossos alertas, a presidente convocou rede de rádio e TV para, com soberba, ironizar e criticar a oposição. Hoje, o resultado aí está, com o insuportável aumento da conta de luz que aflige a população.

Não estão preocupados com o país, mas com eles mesmos.

Sem nenhuma autocrítica, sem reconhecer o estelionato eleitoral a que submeteram o país, sem nenhum pedido de desculpas pela ganância, pela corrupção e pelo desrespeito aos brasileiros que tomou conta do Estado nacional, acenam à oposição com o único propósito de tentar dividir conosco o ônus da crise que eles mesmos criaram.

Acenam a setores da oposição para tentar dividi-la.

Com a sua inabalável arrogância, o PT não reconhece como legítimo sequer um dos preceitos básicos da democracia: o direito da oposição de fazer oposição ao governo.

O ex-presidente Lula diz querer se encontrar com ex-presidente FHC.  Nenhuma palavra sobre os violentos, injustos e desrespeitosos ataques feitos por ele ao ex-presidente tucano. Na cartilha da conveniência petista agora, é como se nunca tivessem ocorrido.

É natural que governadores de todos os partidos se encontrem com autoridades do governo federal na busca de soluções administrativas para a crise que também atinge estados e municípios. Essas são agendas que sempre existiram. Nunca significaram cooptação ou apoio como insinua o governo.

Nas eleições, o PT manipulou a percepção dos brasileiros sobre a realidade do país. Tenta, agora, manipular a oposição.

Querem dar a entender que a crise em que o país está mergulhado é natural e inevitável, e não consequência direta de ações e omissões do governo.

O PT busca se aproximar da oposição para ser absolvido politicamente dos erros e crimes que cometeu.

Buscam a oposição para fugir às suas responsabilidades.

Não conseguirão.

O verdadeiro diálogo capaz de ajudar o Brasil a superar a grave crise em que se encontra já está ocorrendo. Ele ocorre nas ruas, nos locais de trabalho, nos espaços familiares.

Nele, a sociedade brasileira, mobilizada, tem tido voz ativa.

Nele, a principal voz – que precisa sempre ser ouvida – é a do povo brasileiro que o PT insiste em não escutar e em não reconhecer.

A oposição ecoa a voz da grande maioria do nosso povo.

Por isso, permaneceremos onde estamos. Na defesa intransigente das nossas instituições e dos interesses dos brasileiros. Contra os desmandos e o oportunismo do PT.

Senador Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado

Deputado Federal Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara