Apreendido pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Irerês, um Ipad pertencente a Eduardo Ribeiro Victor, sócio-proprietário da construtora Compecc, foi enviado aos Estados Unidos para que uma empresa especializada em fabricação de dispositivos de extração, transferência e análise de dados, realizasse o desbloqueio do aparelho. A informação foi revelada nesta terça-feira (12), pelo blog do Gordinho.
De acordo com a matéria, a iniciativa da PF, autorizada pela 16ª Vara da Justiça Federal, visa desbloquear o aparelho para a realização de perícia técnica. Além do aparelho enviado aos EUA, foram apreendidos durante a operação Irerês outros itens, um outro Ipad, uma agenda manuscrita, dois Iphones, um celular da marca Samsung, armas de fogo e muita munição.
Clique aqui ou leia abaixo a matéria na íntegra publicada no blog do Gordinho.
Ipad bloqueado e até armas de fogo com munições: saiba tudo que foi apreendido na Operação Irerês
Ipad sem disponibilização de acesso, armas de fogo e muita munição. Estes foram alguns dos 44 itens apreendidos pela Polícia Federal durante a Operação Irerês, deflagrada em 2 de junho deste ano e que cumpriu mandados de busca e apreensão na residência de Eduardo Ribeiro Victor, sócio-proprietário da empresa Compecc, assim como na sede do estabelecimento, em João Pessoa. A empresa e a Prefeitura de João Pessoa (PMJP) são investigadas em três inquéritos criminais que apuram suposta prática de peculato (desvio de recursos públicos) na obra de revitalização do Parque Solon de Lucena, a Lagoa.
Planejada e executada durante a primeira gestão do prefeito Luciano Cartaxo (PSD), a obra da Lagoa é um dos marcos da atual administração da PMJP. Após auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), foram constatados prejuízos na ordem de R$ 10 milhões neste convênio. Já a perícia da Polícia Federal, dois anos depois, aponta desvio de mais de R$ 6 milhões. O investimento foi de R$ 40 milhões, sendo R$ 1 milhão de contrapartida da PMJP e demais recursos disponibilizados pelo Ministério das Cidades.
Ipad foi encontrado dentro de cofre
O Blog do Gordinho teve acesso a documentos que elencam os itens apreendidos e a problemática de um deles: o Ipad bloqueado. Diferentemente dos demais aparelhos eletrônicos captados pela Polícia Federal, este Ipad, com identificação de “Ipad de Eduardo”, foi encontrado dentro do cofre do sócio-proprietário da empresa, em seu escritório.
Após a busca e apreensão, a Polícia Federal realizou perícias destes materiais, mas sem conseguir ter acesso aos arquivos deste aparelho. Diante disso, o delegado responsável pelos três inquéritos deste caso, José Juvêncio de Almeida Neto, solicitou, em 21 de setembro deste ano à 16ª Vara da Justiça Federal, a autorização para enviar o Ipad para Nova Jersey, nos Estados Unidos, para que a empresa Cellebrite, especializada em fabricação de dispositivos de extração, transferência e análise de dados, realizasse o desbloqueio.
No ofício nº 2708/2017, o delegado argumenta que a medida é necessária, pois o responsável do aparelho não ter disponibilizado senha para acesso e que tentativas para acesso foram realizadas pelo Setor Técnico-Científico da Polícia Federal, mas foram “infrutíferas”, conforme aponta em relatório anexado. O pedido foi autorizado pelo juiz Manoel Maia de Vasconcelos Neto, no dia 22 de setembro.
Além deste Ipad, um outro foi aprendido na casa de Eduardo, dois Iphones e um celular da marca Samsung. Todos estes foram disponibilizados senhas, conforme mostra o quadro abaixo.
Em uma operação que investiga crime de peculato, é incomum a apreensão de armas de fogo. De acordo com fontes ligadas à investigação, isto só acontece quando a arma está em situação irregular ou quando não há porte legal de armas. Na casa do sócio-proprietário da Compecc, conforme o quadro anterior, foram apreendidas pistola calibre 380, 40 munições calibre .380 e 20 munições calibre .25.
Já na sede da empresa, também foi aprendida uma espingarda calibre 12, sem munição, encontrada na guarita de segurança. Além disso, diversos computadores, agenda, blocos de anotações e documentos diversos foram apreendidos do escritório de Eduardo, do engenheiro Glauco Cavalcante e do setor financeiro da empresa.
