Um dos ex-funcionários da BraisCompany vai ser extraditado da Argentina para o Brasil após ser preso na fronteira em junho deste ano. Ele é suspeito de participar do esquema de golpe financeiro investigado na Operação Halving. A Polícia Federal apontou que ele seria operador financeiro do esquema, mas não divulgou o nome. Vide as três prisões em solo argentino executadas no âmbito do esquema operado pela empresa de criptoativos, deve se tratar de Victor Hugo Learth.
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De acordo com informações publicadas no site do Ministério Público Fiscal (MPF) da Argentina, o acordo de extradição foi assinado na segunda-feira (4).
Sentença de extradição foi proferida pelo juiz Miguel Ángel Guerrero, que declarou admissível a extradição do ex-integrante da empresa de Antônio Neto Ais e Fabrícia Farias.
Conforme a autoridade argentina, as provas apresentadas no processo de extradição comprovaram que o homem procurado teria atuado como operador financeiro da BraisCompany. “Dessa forma, ele teria cometido fraudes por meio de um esquema de pirâmide financeira – chamado ‘Esquema Ponzi’ – com criptoativos. Para as autoridades brasileiras, o homem atuou como corretor da empresa, o que lhe permitiu capturar mais de 4 milhões de reais e desviá-los. O arguido interveio no marketing e em algumas operações comerciais da empresa, para a qual publicou vídeos no canal YouTube – denominado ‘braisnews’ – e que confirmaram a sua participação na divulgação da manobra”, diz trecho do material divulgado pelos Fiscales.
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“Após a perpetração do golpe, o acusado fugiu para a Argentina por via terrestre junto com outros membros da organização. Em virtude disso, a 4ª Seção Federal – Campina Grande/PB do Tribunal Regional Federal da 5ª Região do Brasil determinou a captura internacional da pessoa procurada. Por via diplomática, o Ministério das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina recebeu o pertinente pedido formal de extradição. O homem foi preso em 23 de junho de 2023 e colocado à disposição da Justiça Federal e do Ministério Público Federal de Eldorado”, continua a relatar a autoridade argentina.
A extradição foi baseada de acordo com o disposto na Lei 24.767, de Cooperação Internacional em Matéria Penal, e no Tratado de Extradição assinado com a República Federativa do Brasil.
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Preso em junho
Ele foi preso em Puerto Iguazú, na região da fronteira com Foz do Iguaçu, no Paraná, em junho deste ano, junto de Arthur Lima e Sabrina Lima, que atuavam no marketing da BraisCompany e de Antônio Neto Ais.

Os três estavam foragidos da Operação Halving, que investigou a empresa sediada em Campina Grande. As prisões aconteceram graças ao serviço de inteligência da Polícia Federal da Paraíba.