Caso Alph: namorada e amigo acusados por morte de estudante da UFPB estão foragidos

A Justiça da Paraíba determinou a prisão preventiva da namorada e do amigo pela morte do estudante de filosofia Clayton Tomaz de Souza, mais conhecido como Alph. Selena Samara Gomes da Silva e Abraão Avelino da Fonseca estão foragidos. A decisão foi proferida pela juíza Andréa Carla Mendes Galdino nesta quarta-feira (13).

Conforme investigação, a motivação do crime, segundo os autos, tem relação com um triângulo amoroso, pois Selena Samara também se relacionava com Abraão Avelino, que é suspeito de envolvimento com tráfico de drogas. 

O corpo de Alph foi encontrado no dia 8 de fevereiro de 2020, em estado de decomposição, com marcas de tiros, em uma mata às margens de uma estrada em Gramame. De acordo com o IPC, a vítima sofreu um disparo de arma de fogo na cabeça.

As defesas dos acusados não se pronunciaram em relação à prisão preventiva. Conforme o processo, Selena e Abraão mataram Alph e em seguida descartaram o corpo na estrada que dá acesso à praia de Gramame.

Em setembro, as defesas dos dois acusados tentaram derrubar o pedido de prisão preventiva, mas a Justiça não atendeu nenhuma das solicitações. A juíza inclusive marcou a audiência de instrução e julgamento para o dia 16 de novembro.

Relembre o caso

Natural de Arcoverde, interior de Pernambuco, Clayton morava em João Pessoa desde 2014, após ser aprovado no curso de filosofia na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Estudante ativo, integrou o Centro Acadêmico do curso por três anos, assim como o Diretório Central dos Estudantes (DCE), o Conselho Superior Universitário (Consuni) e a comissão da revisão estatutária da UFPB (Estatuinte) pelo CCHLA (Centro de Ciências Humanas Letras e Artes).

Alph era conhecido por sua essência de luta, que reivindicava a universidade como um espaço público, popular e cultural, exigindo uma mudança na política de segurança da UFPB. Com isso, ele começou a relatar perseguições, assim como denunciá-las de várias formas. O estudante chegou a apresentar dossiê recebido pelo MPF em 2016.