Cartunistas, desenhistas e chargistas usam a internet como ferramenta de divulgação

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Régis Soares e algumas das suas 1400 charges já produzidas.

Do papel e caneta para tela do computador. Essa é a estratégia que cartunistas, desenhistas, caricaturistas e chargistas estão usando para divulgar o seu trabalho na Internet.  Com essa ferramenta tecnológica poderosa, os trabalhos que antes ficavam restritos aos ateliês agora ganham notoriedade nas redes sociais, o que acaba aumentando o faturamento no final do mês.

Há 33 anos, Régis Soares faz charges, cartuns e caricaturas. Seu trabalho ficou conhecido como “Charge na Rua”. Semanalmente, ele os expõe em um painel na Avenida Dom Pedro II, uma das mais movimentadas  vias de João Pessoa.

Com um olhar de empreendedor, Régis observou na internet uma forma massiva de divulgação do seu trabalho, que antes ficava restrito apenas a população da Zona Sul da cidade. Foi então que ele decidiu criar seu site. Porém, foi através da rede social “Facebook” que o número de clientes aumentou.

Conheça a “Charge na Rua”

Regis revelou que já perdeu as contas de quantas charges já foram postadas.  Já as expostas na “rua” em 29 anos foram aproximadamente 1400 trabalhos. “Me identifico mais com a charge, porque é uma imagem que com texto ou não transmite a mensagem”, acrescentou.

Segundo Regis, ele já foi muito criticado por outros profissionais da área, por disponibilizar gratuitamente seu trabalho na Internet. “Pra mim não estou perdendo dinheiro com essa atitude. É uma forma de protesto em relação aos problemas da sociedade e também uma forma de divulgação do meu trabalho”, destacou.

Ilustração – Fotocópia de duas meninas reproduzidas pelo Artista Wallace SilvaAssim como Regis Soares, o desenhista e caricaturista Wallace Silva visualizou na tecnologia uma forma de lucro. Wallace transformou seu Hobby” em profissão, desde os nove anos de idade ele desenha.

Para ele desenhar é paixão, é ter sensibilidade com a arte, brincar com o material. Uma das partes preferidas do seu trabalho é transformar o cotidiano em realidade. “Me vem aquele sentimento e a vontade de brincar com o material, é uma coisa gostosa que sinto, e com isso faço o melhor que posso”, disse.

Ainda segundo Wallace, a cultura do desenho não é tão valorizada e aceita aqui em João Pessoa, e foi através da internet que muitos dos seus desenhos estão saindo das fronteiras brasileiras e ganhando o mundo.

“Tudo isso vai muito da cultura local, tem gente que apenas observa e não reconhece o trabalho, já outros gostam, ficam impressionados e expõe lá fora. Já participei de grandes exposições aqui no estado, e fora dele também. Coloco sempre meus trabalhos nas redes sociais, a visibilidade é bem maior”, destacou.

Veja algumas dos desenhos de Wallace Silva

Marcelo Rodrigo – Ilustração do Processo de Criação de uma Cartum.O chargista e cartunista, Marcelo Rodrigo trabalhou nos jornais A União e Correio da Paraíba. Os seus trabalhos eram veiculados tanto no impresso quanto na Internet.

Diferente de Regis e Wallace, Marcelo nunca usou a internet para ganhar dinheiro. “Particularmente, não usei essa ferramenta virtual, mas as empresas que trabalhei sim. É uma forma de divulgação que beneficiava o veículo de comunicação e indiretamente também o meu trabalho”, ressaltou Marcelo.

A internet tornou-se uma grande aliada de todos. Algumas pessoas ainda resistem em usá-la, mas acabam cedendo. Transformar arte em mídia digital tem sido um método de romper barreiras. Até onde pode chegar o trabalho destes artistas? No ciberespaço não existe limite, é o mundo interligado em uma só rede. Porém sabe-se que, aliar o conceito a modernidade trouxe grandes benefícios como também uma estratégia para não ficar atrás no mercado.