O deputado estadual Luciano Cartaxo (PT) ainda não superou o resultado das eleições municipais de João Pessoa em 2024, quando obteve apenas a 4ª colocação na disputa pela prefeitura. Ele atribui o desempenho às divergências internas e indefinições que marcaram o partido durante o processo eleitoral.
Cartaxo ressalta que a “disputa fratricida” prejudicou o crescimento do PT e impediu uma campanha mais robusta. Ele não pretende participar ativamente do processo de escolha dos novos dirigentes do partido, limitando-se a apoiar uma das chapas que concorrem à direção municipal, estadual e nacional. Mas sem tanta paciência.
“Acho que o PT da Paraíba tem que aprender com o partido em outros estados. Eu sempre dei essa referência. O PT chegou a ter governador no Ceará, no Piauí, na Bahia. Teve prefeito em Recife. O PT cresceu no Nordeste todo, mas na Paraíba, a guerra interna, a disputa fraticida, colocando o companheiro de partido como adversário, isso está fazendo com que o PT não cresça. Tanto é verdade que não sai de um prefeito dos 223 municípios da Paraíba. Então, se for para a guerra, para a disputa, para o confronto, não vai contar com o meu apoio. Se quiserem fazer um debate no nível mais elevado sobre os rumos do partido no estado nessas eleições, com a importância da eleição presidencial, aí eu vou estar disposto a fazer esse diálogo”, explanou.
A deputada Cida Ramos (PT), preterida na disputa pela indicação do partido à prefeitura no ano passado, deve concorrer à direção estadual. Cartaxo, por sua vez, afirma que “ainda há prazo” para definir quem apoiará na disputa interna, que se encerra em 6 de julho. Cartaxo volta a cobrar maturidade do PT.
“O partido tem que ter essa maturidade. A divergência, o debate, são importantes. Agora, você não pode fazer com que o partido, ao invés de projetar lideranças na sociedade, o partido, no caso específico da Paraíba, comece cada vez mais a aprofundar a divergência, disputa, a guerra interna, a ponto do PT ter um candidato a prefeito de João Pessoa e o presidente do diretório municipal, o presidente do diretório estadual, uma deputada do partido, além de não participar da campanha, não votarem numa candidatura própria do PT. Eu acho que o PT não pode transformar um debate interno em um debate que seja para triturar lideranças do partido”, refletiu.