Carta em defesa da democracia já sofreu mais de 2 mil tentativas de ataques hackers

Um grupo de ativistas, professores, alunos e ex-alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP) lançou, na última terça-feira (26/7), a Carta em Defesa do Estado Democrático de Direito. Desde então, a página que hospeda o documento já sofreu 2.340 tentativas de ataques hacker.

A assessoria de comunicação da FDUSP informou ao Metrópoles que as tentativas de ataque têm sido constantes. A equipe do projeto atua para impedir a invasão da página.

O objetivo do projeto é coletar assinaturas ao documento, que será lido no Pátio das Arcadas, na FDUSP, em 11 de agosto. A carta defende a democracia e pede respeito ao resultado das eleições.

Desde a publicação, o documento recebeu o apoio de políticos de esquerda e de direita, de economistas ortodoxos e heterodoxos; de advogados lavajatistas e garantistas e até mesmo de personagens que já estiveram ligados ao governo de Jair Bolsonaro (PL).

Os organizadores do manifesto consideram o momento atual, marcado por ataques à democracia, ao Supremo Tribunal Federal e ao processo eleitoral, um período perigoso.

“Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”, consta na carta.

Desde o lançamento, já foram colhidas mais de 160 mil assinaturas. Em nota divulgada no site da FDUSP, o diretor da faculdade, Celso Fernandes Campilongo, defendeu que a democracia é um “valor constitucional”.

“A democracia não é uma preferência pessoal. É um valor constitucional. Toda nossa ordem jurídica é calcada na democracia. Não existe espaço para qualquer posição política ou ideológica antidemocrática no nosso sistema constitucional”, pontuou.

Do Metrópoles