Nesta segunda-feira (21) um sobrevoo a Lua foi capaz de recuperar o sinal perdido entre a cápsula espacial Orion e rede de conexão na Terra, a Deep Space Network (DSN), de acordo com a NASA. Orion é uma espaçonave tripulável, que atualmente carrega três manequins como teste, e foi levada pelo foguete Artemis I.
Essa etapa foi essencial para entender o que os futuros astronautas experimentarão durante uma possível missão tripulável. Foram medidos fatores como a vibração dentro dessa cápsula, a aceleração e a radiação.
Outro aspecto fundamental na missão é a resistência da cápsula as altíssimas temperaturas de reentrada na Terra. Ao mergulhar na atmosfera terrestre, o calor experimentado será de 2.750ºC, aproximadamente metade da temperatura da superfície do Sol, que é de 5504ºC.
Perda de contato
O contato com a nave foi perdido enquanto ela transitava pelo lado oculto da Lua, algo esperado, e que ocorreu por volta das 9h30 (de Brasília). Catorze minutos depois, às 9h44, o propulsor acelerou a espaçonave para que ela pudesse se conectar novamente ao sistema DSN, responsável por apoiar missões de espaçonaves interplanetárias, bem como as de algumas que orbitam a Terra. O DSN também fornece observações de radar e radioastronomia para melhorar a compreensão do sistema solar e do universo.
Essa foi a primeira de duas grandes manobras a serem realizadas para entrar na Distante Órbita Retrógrada (DRO) ao redor da Lua. A DRO se trata de uma órbita altamente estável, onde pouco combustível é necessário para uma longa viagem no espaço, possibilitando testar os sistemas da Orion em um local há muitos quilômetros da Terra. Ela é chamada de retrógrada porque Orion vai viajar ao redor da Lua na direção oposta à que a Lua viaja ao redor da Terra.
Como será a trajetória da missão — Foto: Arte/g1
Na sexta-feira (25) ocorre a outra manobra, na qual a Orion irá para uma órbita retrógrada distante, transitando em no sentido horário, a uma altitude de cerca de 57.250 milhas. O plano é deixá-la na órbita por cerca de uma semana.
De acordo com Nujoud Merancy, chefe do Escritório de Planejamento de Missões de Exploração, a Orion passará cerca de 6 a 19 dias em DRO para coletar dados e permitir que os controladores da missão avaliem o desempenho da espaçonave.
A missão deve se encerrar com uma amerissagem no Oceano Pacífico em dezembro. Do g1.