Candida auris: Anvisa confirma terceiro caso de superfungo em Recife

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou o terceiro caso de infecção pelo fungo Candida auris no Brasil. A infecção ocorreu em um hospital público de Recife.

A contaminação foi confirmada na terça-feira (11/1), mas só foi divulgada pela agência reguladora nesta quarta-feira (12/1). “Ainda há outro caso suspeito, que está em investigação laboratorial”, alerta a Anvisa.

Desde a identificação do caso suspeito, o hospital estabeleceu medidas de precaução e adotou ações para prevenção e controle do surto.

É o terceiro caso de Candida auris no país. Em dezembro do ano passado, o fungo foi identificado na ponta do cateter de um homem de 59 anos, que estava internado na unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital da Bahia e na amostra clínica de urina de um paciente de 88 anos internado em um hospital de Salvador

“A Anvisa está acompanhando as ações relacionadas ao surto, articulando-se com os envolvidos e apoiando as ações da força-tarefa nacional”, destaca a agência, em nota.

Segundo a Anvisa, existe a “propensão [do fungo] causar surtos em decorrência da dificuldade de identificação oportuna pelos métodos laboratoriais rotineiros e de sua difícil eliminação do ambiente contaminado.

Riscos

O superfungo, como é chamado, pode ser resistente aos remédios, o que o torna perigoso. Ele pode causar infecção de corrente sanguínea e outras infecções invasivas, podendo ser fatal, principalmente em pacientes imunodeprimidos ou com comorbidades.

Segundo a literatura médica, durante o adoecimento o corpo libera substâncias inflamatórias para combatê-lo. Em grande parte dos casos, a resposta é exagerada, o que ocasiona danos em diferentes órgãos, e isso pode matar o paciente. Os sintomas são febre, alteração da pressão arterial, dificuldade para respirar e aceleração do ritmo cardíaco.

O micro-organismo foi detectado em países da Ásia na década de 1990, chegando nos anos 2000 à Europa e à América do Norte. Em 2018, ele foi descoberto na Venezuela, na Argentina e no Chile.

“Os laboratórios de microbiologia devem intensificar a vigilância laboratorial para a identificação do fungo Candida auris”, orienta a Anvisa.

Do Metrópoles.