Campinense inicia bem, mas tem queda no ritmo das disputas da Série D

Muitas mudanças no time titular, Covid-19 no capitão Cláudio Baiano, falta de entrega técnica de alguns jogadores e um elenco sem tantas opções, são alguns dos problemas

Nem parece que o Campinense que empatou os dois últimos jogos e sofreu uma pesada derrota para o Atlético de Cajazeiras no rodada dos duelos estaduais do Grupo 3 da Série D do Campeonato Brasileiro é o mesmo time que começou a competição de forma notadamente promissora.

Muitas mudanças no time titular, Covid-19 no capitão Cláudio Baiano, falta de entrega técnica de alguns jogadores e um elenco sem tantas opções, natural numa Série D, são alguns dos diagnósticos claros de problemas que resultaram numa campanha fraca até aqui na competição, que chegou à metade da primeira fase. O conjunto da performance, aliás, culminou na demissão de Givanildo Sales, que não comanda mais a Raposa na 4ª divisão nacional.

Mas o fato é que o Campinense já mostrou na competição que poderia oferecer mais, já que apresentou um futebol competitivo em pelo menos dois dos jogos até aqui: a estreia contra o América-RN e vitória, na segunda rodada, sobre o Afogados-PE.

Campanha do Campinense no 1º turno

Rodada #1 – 19 de setembro – Arena das Dunas
América-RN 0 x 0 Campinense

Rodada #2 – 26 de setembro – Amigão
Campinense 2 x 0 Afogados-PE

Rodada #3 – 30 de setembro – Junco
Guarany de Sobral 1 x 0 Campinense

Rodada #4 – 4 de outubro – Amigão
Campinense 1 x 1 Floresta-CE

Rodada #5 – 11 de outubro – Perpetão
Atlético-PB 3 x 0 Campinense

Rodada #6 – 14 de outubro – Amigão
Campinense 0 x 0 Salgueiro

Rodada #7 – 17 de outubro – Barrettão
Globo FC 1 x 1 Campinense

Vitórias: uma
Empates: quatro
Derrotas: duas
Gols pró: quatro gols anotados
Gols contra: seis gols sofridos
Pontos conquistados: sete pontos
Aproveitamento: 33,3%

Mudanças no time e reclamações públicas

Na defesa, o técnico Givanildo Sales foi obrigado a mudar o time ao longo da Série D por conta da Covid-19, que tirou de batalha Rômulo e Cláudio Baiano no jogo contra o Floresta e este último em mais jogos.

O fato é que o esquema com três zagueiros foi importante no funcionamento do esquema tático do time nos dois primeiros jogos. Rômulo e Cláudio Baiano, além de Anderson Schmoeller, eram base para que os laterais, Alex Murici ou Alex Travassos pela direita e Fabinho pela esquerda, pudessem jogar com mais profundidade.

Givanildo Sales foi demitido após empate fora de casa com o Globo-RN — Foto: Samy Oliveira / Campinense

Givanildo Sales foi demitido após empate fora de casa com o Globo-RN — Foto: Samy Oliveira / Campinense

Isso funcionou bem nos primeiros jogos. E até o jogo por dentro, contra América-RN e Afogados, funcionou melhor. Os meias, no entanto, foram o grande problema do Campinense ao longo da competição. No setor de criação, Givanildo testou bastante. Usou Echeverría, Kiko Alagoano, Téssio, Pedro Victor, Renato Cruz, Neto, Chiquinho, Allef. Nenhum se firmou bem ou se apresentou como um bom articulador.

Ao longo da campanha, Givanildo foi demonstrando impaciência. Deu entrevistas criticando, sem citar nomes, algumas apresentações. Com Rafael Ibiapino, a coisa foi direta. O comandante falou claramente que o atacante, artilheiro do Campeonato Paraibano, precisava ser mais solidário e menos “fominha”.

Elenco frágil e peças abaixo do esperado

Outras duas constatações são possíveis de se fazer sobre essa fraca campanha do Campinense até aqui na Série D. A primeira é que, em termos de elenco, a Raposa não está bem servida. Vivendo um novo momento, com poucas receitas e muitas dívidas trabalhistas, o clube optou por ceder seu departamento de futebol para uma empresa que agencia atletas, a FDA Sports.

Comenta-se nos bastidores rubro-negros que essa foi a opção mais viável para colocar um time nas disputas da 4ª divisão. Sem a empresa, o clube, dependendo de suas receitas atuais, não teria condições de montar um time para jogar a competição nacional. A escolha, no entanto, suscita um debate importante, visto que a empresa que toma conta agora do departamento de futebol também agencia atletas. E sempre paira a dúvida se o time foi montado sob a perspectiva de um melhor olhar para o mercado ou se se preferiu dar vitrine a muitos atletas da empresa.

Nesse cenário, o Campinense investiu em algumas contratações até interessantes em termos de mercado, de atletas que poderiam disputar séries acima, como Anderson Schmoeller, Alex Murici e Echeverría, por exemplo, mas também foi encorpando o elenco com peças oriundas de Perilima e Sport Lagoa Seca, como Chiquinho, Anderson Recife e Weverson.

De alguns atletas realmente se esperava mais, a exemplo de Alex Murici, que ainda não foi aquele jogador que brilhou na Raposa em 2018. Echeverría, contratado para ser um protagonista no setor de criação, sequer se firmou como titular ainda. Rafael Ibiapino, em quem se depositava muita confiança, após o bom Paraibano que fez, também não vem bem, ainda sem marcar gols. Jobson e Fábio Júnior fazem uma Série D razoável até aqui.

Ainda há chances

Até o momento, o Campinense venceu apenas um jogo, 2 a 0 contra o Afogados-PE, empatou quatro e empatou dois, somando no momento sete pontos. Após o 1 a 1 com o Globo FC, partida que fechou o primeiro turno, Givanildo Sales foi demitido do comando técnico da Raposa.

De modo que o novo técnico vai ter sete jogos para tornar o Campinense novamente competitivo em um grupo que só tem dois times notadamente mais arrumados que os outros: o América-RN e o Floresta-CE. Então a Raposa, que só está a dois pontos do G-4, tem condições reais de classificação ainda, apesar de ter vencido apenas um jogo.

Apesar de uma temporada problemática, com muitos treinadores e mais de 70 jogadores contratados, o Campinense ainda tem condições reais de se recuperar na Série D e passar para o mata-mata.

Para isso é importante que o novo técnico chegue o mais rápido possível e comece a trabalhar urgentemente, buscando retomar a confiança do grupo de jogadores. Em termos de peças, o mercado não oferece muita coisa para o patamar financeiro do Campinense. Uma esperança é o meia Daniel Sobralense, que ainda não estreou. O jogador, no entanto, ainda não jogou na temporada e talvez demore um pouco para entrar em forma. Tempo que o Campinense não tem.

Jogos da Raposa no 2º turno

Rodada #8 – 21 de outubro – Amigão
20h | Campinense x Globo FC

Rodada #9 – 24 de outubro – Cornélio de Barros
19h | Salgueiro x Campinense

Rodada #10 – 31 de outubro – Amigão
16h | Campinense x Atlético-PB

Rodada #11 – 7 de novembro – Domingão
15h30 | Floresta x Campinense

Rodada #12 – 14 de novembro – Amigão
16h | Campinense x Guarany de Sobral

Rodada #13 – 21 de novembro – Vianão
16h | Afogados x Campinense

Rodada #14 – 28 de novembro – sem local e horário definidos
Campinense x América-RN

Do Globo Esporte.