O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgou, nesta sexta-feira (6/9), em Brasília (DF), o relatório preliminar do caso Voepass. No documento, consta que a caixa-preta registrou o momento em que os pilotos relataram problema no sistema degelo.
O sistema degelo, ou “de-ice”, é o responsável pela remoção do gelo já formado e acumulado na estrutura da aeronave.
As duas caixas-pretas do avião chegaram ao Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores do Cenipa, em Brasília, no último dia 10/8. O órgão informou no último dia 13/8 que conseguiu extrair com êxito as gravações de voz e de voo.
Os registros são do Cockpit Voice Recorder (CVR), que é o gravador de voz da cabine, e do Flight Data Recorder (FDR), responsável por registrar os dados de voo, como altitude e velocidade, entre outros.
Ainda segundo o Cenipa, os pilotos da aeronave da VoePass que caiu em Vinhedo (SP), tinham treinamento específico para voar em condições de gelo.
Conforme o órgão, a metereologia previa condição de gelo severo no trajeto do avião e que a aeronave podia voar nessas circunstâncias.
O acidente
O avião modelo ATR-72, da Voepass, partiu, em 9 de agosto, de Cascavel (PR) às 11h46 e tinha como destino o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, às 13h40, mas perdeu sustentação em voo e colidiu com o solo às 13h22.
Imagens feitas por moradores de Vinhedo (SP), onde o avião da VoePass caiu, mostram a aeronave rodopiando em um movimento chamado “parafuso chato” antes de atingir um condomínio residencial. Todas as 62 pessoas que estavam a bordo morreram de politraumatismo.
A empresa afirma que a aeronave decolou do Paraná com todas as condições operacionais para cumprir a programação, informação confirmada pelo Cenipa nesta sexta-feira (6/9).
Segundo o órgão, a última revisão da aeronave ocorreu em 24 de junho. No dia do acidente, foi realizado um “check diário”, que constatou que a aeronave estava apta para voar, conforme normas previstas.
Do Metrópoles