Brasileiros tem menos computadores em casa, afirma pesquisa do IBGE

Pela primeira vez desde 2004, caiu o número de microcomputadores (desktop, notebooks, netbooks e ultrabooks) na casa dos brasileiros, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2014. A proporção de domicílios com o aparelho passou de 48,9% em 2013 para 48,5% em 2014.

A queda se repete no número de residências com microcomputadores com acesso à internet — 42,4% para 42,1%. Uma das possibilidades consideradas pelos pesquisados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é o crescimento dos outros meios de acesso à internet, como smartphones e tablets, ainda não incluídos no estudo. De 2013 para 2014, por exemplo, a proporção de pessoas que possuem apenas telefone celular em casa passou de 54% para 56,3%.

É o caso da empresária mineira Fabiana Salgado, 34. Ela passou cinco anos sem computador e só consertou seu laptop há poucos meses, quando passou a trabalhar em casa. Ainda assim, diz que o aparelho fica guardado, “tomando poeira”.

“Antes eram mais complicado, nem todo os sites estavam configurados para smartphone, mas agora faço tudo pelo celular”, diz. “Vendo, chamo o motoboy, faço pedidos… Até comida passei a pedir pelo celular. Nem abro o computador.”

A pesquisa também mostra que o número de brasileiros que usa internet já ultrapassa a metade da população. Pela primeira vez, a proporção de internautas chegou a 54,4% superando os 49,4% registrados em 2013. Cerca de 95,4 milhões de pessoas com mais de dez anos de idade acessaram a internet no período de referência da pesquisa, em 2014, 11,4% a mais que em 2013.

Apesar de as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste terem superado a média nacional com 61,8%, 58,2% e 60%, respectivamente, o maior crescimento no acesso à internet foi observado nas regiões Norte e Nordeste. No Norte a proporção de internautas passou de 38,6% em 2013 para 45,2% em 2014, um crescimento de 19,3%. Já no Nordeste o aumento foi de 14,6%, passando de 37,2% para 42,1%.

A Pnad mostra ainda que a maior parte dos internautas — 51,5% — tem entre dez e 29 anos e 52,2% são mulheres.

Intervalo de confiança

Por ser uma pesquisa por amostra, as variáveis divulgadas pela Pnad estão dentro de um intervalo numérico, que é o chamado “erro amostral”. Não há uma margem de erro específica para toda a amostra.

Diferentemente das pesquisas eleitorais, que têm apenas um indicador em destaque (a intenção de votos de determinado candidato), a Pnad tem dezenas de indicadores e o valor de cada um deles oscila dentro do seu intervalo específico. Isso também se aplica à taxa de analfabetismo, segundo a assessoria do IBGE.

Se o intervalo da taxa referente ao ano analisado coincide total ou parcialmente com o intervalo do mesmo coeficiente de anos anteriores, os dados não apresentarão variação significativa do ponto de vista estatístico, ainda que os números sejam diferentes. Isso, no entanto, não invalida o resultado da amostra, de acordo com o órgão.

 

As informações são do Uol.