Pela segunda vez na mesma semana, o Brasil ultrapassou mais de mil mortes em 24 horas em decorrência do novo coronavírus. Entre ontem e hoje, foram 1.188 óbitos — o maior número registrado desde o início da pandemia no país — totalizando 20.047 mortes pela doença. Segundo o boletim mais recente do Ministério da Saúde, o país também atingiu a marca de 310.087 diagnósticos, sendo 18.508 confirmados entre ontem e hoje.
Anteontem, o país havia registrado pela primeira vez mais de mil óbitos entre um dia e outro: 1.179 mortes. Já ontem, a marca negativa foi atingida com a maior quantidade de casos confirmados em um dia, 19.951 diagnósticos. Os valores de hoje, com mais de 18 mil novos diagnósticos, representam a segunda pior atualização desde o início da pandemia.
Brasil: novo epicentro da covid no mundo
Com a confirmação de 1.188 novas mortes oficializadas nas últimas 24 horas, o Brasil confirma previsão feita por estudos de que tende a se tornar um novo epicentro mundial da covid-19.
Em um momento de aceleração da pandemia, o país tem registrado mais mortes que os antigos epicentros da pandemia no mundo, onde a curva já está em queda.
O número é cerca de dez vezes maior que o da Espanha e o da França, por exemplo, que registraram, respectivamente, 110 e 109 óbitos segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Também supera amplamente a Itália (161), e é cerca de o triplo do índice do Reino Unido (363) A China, onde o novo coronavírus foi descoberto, não registrou novos óbitos.
Mesmo se somados, os novos óbitos nesses países não chegam ao total registrado pelo Brasil hoje: o número seria de 743 mortes em todos os países citados acima.
Durante a tarde, o ministro interino da Saúde general Eduardo Pazuello afirmou que a pandemia vive “nova etapa” no Brasil e que o avanço para o interior é “inevitável”. Desde a chegada da covid-19 ao país, especialistas demonstram preocupação com o avanço do novo coronavírus para essas regiões, onde os sistemas de saúde não têm a mesma estrutura das capitais para o diagnóstico e tratamento de casos graves da doença.
Números não refletem as últimas 24h
Os números de diagnósticos e óbitos confirmados pelo governo entre um dia e outro não necessariamente ocorreram de ontem para hoje.
O Ministério da Saúde explica que há atrasos de até dois meses nos registros feitos pelas secretarias, provocados pela fila de testes, e que as confirmações podem refletir ocorrências desde o início da pandemia.
O UOL já identificou atrasos de mais de 50 dias para a oficialização de mortes.
Do UOL.