Brasil goleia a Bolívia e faz melhor campanha da história das Eliminatórias

A seleção brasileira conseguiu placar histórico com os 4 a 0 (dois de Richarlison, um de Paquetá e outro de Bruno Guimarães) na Bolívia, no estádio Hernando Siles, em La Paz. Foi apenas a terceira vitória em nove duelos nos 3.600 metros bolivianos.

A equipe de Tite tem a marca de time seguro, eficiente e que cresce de nível a oito meses da Copa do Catar. O treinador e a comissão técnica embarcam para Doha para o sorteio de sexta-feira na torcida para que o congresso técnico da Fifa aprove a inclusão de mais três nomes para levar 26, não mais 23.

Foi o terceiro 4 a 0 consecutivo da equipe de Tite. Venceu Paraguai e Chile, em casa, e a Bolívia em La Paz. São 39 gols marcados, saldo de 34 na campanha de recorde das Eliminatórias. A seleção brasileira sofreu apenas cinco gols

Com a goleada, o Brasil garantiu a melhor campanha da história das Eliminatórias com 45 pontos, a seis da Argentina, mas ainda falta o confronto que deve ser realizado em junho. Também se classificam diretamente ao Catar, além dos argentino, Equador e Uruguai. O Peru vai para a repescagem

A comissão costuma dizer que tem entre 30 a 35 nomes em alto nível para levar ao Mundial. Foram mais de 100 convocados e 40 estreantes neste ciclo. Há a inclinação para olhar ainda com mais atenção para a forma física na hora de fechar a lista, lição que ficou para Tite e a comissão na Rússia em 2018 para levar a 2022 – num tiro curto e com recuperações de poucos dias entre os jogos.

Mas o funil se estreita, depois de boas aparições de Daniel Alves, que disputa com Emerson, e a inclusão de Alex Telles na briga que tem Guilherme Arana e Renan Lodi – Alex Sandro não foi convocado porque recuperava de lesão.

Em La Paz, houve brilho de Bruno Guimarães, com gol e a terceira assistência – após linda tabelinha com Lucas Paquetá, ex-companheiro de Lyon – nos últimos três jogos pela Seleção, e desempenho de bom nível das últimas escolhas de Tite – com a exceção desta vez, em La Paz, de Philippe Coutinho, que pareceu sentir mais os efeitos da altitude boliviana.

O Brasil resistiu às tentativas da Bolívia – que teve em Henry Vaca seu jogador mais perigoso pelos avanços pela direita – em jogo aéreo (20 cruzamentos) e de chutes de fora da área, em noite de grande atuação de Alisson.

O Brasil seguiu à risca a estratégia antecipada por Tite, com linhas de passe curto para deixar a Bolívia longe da bola. O quarteto ofensivo – formado por Antony, Paquetá, Richarlison e Coutinho – atuava próximo e contava com auxílio de Bruno Guimarães e Fabinho. Com a bola, o Brasil respirava e atacava. Houve falhas de tempo de bola, como no lance em que Marquinhos deixou escapar e Vaca o driblou na área, mas o boliviano foi abafado no chute.

Foi a nona partida do Brasil em La Paz. São quatro derrotas, dois empates e agora três vitórias. Em apenas duas oportunidades na história saiu sem sofrer gol: no 0 a 0 em 2017 e nos 3 a 0 em 2022. Ou seja, nas últimas duas visitas das seleções de Tite

É preciso ressaltar que a Bolívia já está de olho nas próximas Eliminatórias – o time foi a campo ontem com média de 23 anos – e no fim de ciclo de Cesar Farias, mas o Brasil trocou quase 300 passes no primeiro tempo, com menos acelerações do que de costume em respeito à altitude.

Para isso, contou com Daniel Alves, num posicionamento semelhante ao de Danilo – quando avançava, caía pelo meio, deixando Antony aberto – e Bruno Guimarães. Foram os dois que mais tocaram na bola na partida – 107 e 86 toques, respectivamente. Os dados são do Sofascore.

Mas também viu boas participações de Fabinho, que tocou para Antony no segundo gol, e das demais mudanças das sete promovidas por Tite – Éder Militão teve dificuldades, mas foi bem nos duelos aéreos contra Marcelo Moreno.

Richarlison oportunista, Paquetá bem de novo

Em posicionamento parecido ao do jogo contra o Chile, mas com mais ações em campo – ocupou o espaço de Neymar, como aconteceu contra a Argentina, em San Juan – , Lucas Paquetá fez seu sétimo gol pela Seleção em 31 partidas, mas hoje ele dá muito mais do que passes e gols ao time de Tite. Luta por cada palmo de grama para combater e encanta a comissão técnica.

Na frente, com três gols em dois jogos, Richarlison ficou mais perto do Catar num momento de carência de gols dos principais candidatos à centroavante. Matheus Cunha não marcou ainda em sete jogos e Jesus, que também joga pelos lados, encara seca de 19 jogos pela Seleção.

A briga na frente ainda tem Roberto Firmino e Gabigol, embora o flamenguista corra por fora nas preferências da comissão técnica. Com o ensaio de um gol de placa em La Paz, que saiu por pouco, Gabriel Martinelli teve mais minutos do que Rodrygo e chega junto com Raphinha, Vini Jr e Antony na concorrência que Neymar absoluto, claro.

Tite ainda tem mais cinco jogos até a convocação final para a Copa, prevista para outubro. As vagas para o Catar ainda estão abertas porque há muita estrada pela frente, possíveis lesões e transferências que podem mexer com a lista final, mas o nível de perfomance dos convocados de Tite em março permitem imaginar que a última leva ganhou muitos pontos com o treinador.

Do ge