Brasil conquista ouro no mar e bronze na pista nas Olimpíadas de Tóquio

Velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze chegaram novamente no lugar mais alto no pódio na classe 49er FX, na madrugada desta terça

As brasileiras Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram novamente o ouro olímpico na classe 49er FX na madrugada desta terça-feira (3) na Baía de Enoshima, no Japão. Com uma atuação muito segura na medal race, a regata decisiva, elas ficaram na terceira posição, posição suficiente para que conquistassem o ouro pela segunda vez em suas carreiras.

Ainda em alto mar, as brasileiras comemoraram muito e pareciam não acreditar no feito. “Ainda não caiu ficha. Difícil de acreditar”, disse Kahena.

Martine destacou a campanha de recuperação ao longo das regatas. “Semana difícil, difícil de velejar. Fizemos um campeonato de recuperação”, comentou. “Primeiro dia aconteceram coisas que deixaram a medalha de ouro muito longe. Ficamos inseguras, mas conseguimos dar a volta por cima”, completou Kahena. As brasileiras terminaram o primeiro dia na 15ª colocação geral.

A medalha de prata ficou com as alemãs Tina Lutz e Susann Beucke e a medalha de bronze com as holandesas Annemiek Bekkering e Annette Duetz.

Bronze para Alison dos Santos

Com tempo de 46,72s, Alison dos Santos conquistou hoje, no Estádio Olímpico de Tóquio, a medalha de bronze na prova de 400m com barreiras. Foi a primeira medalha do atletismo brasileiro nessa edição das Olimpíadas.

Brasil conquista ouro no mar e bronze na pista nas Olimpíadas de Tóquio
Brasileiro Alison dos Santos – Foto: Lancenet

Toda medalha conquistada pelo Brasil nas Olimpíadas de Tóquio tem sua história, mas a conquistada hoje por Alison dos Santos, é a mais longa delas. Foi nos 400m com barreiras que, exatamente em um dia como hoje, 3 de agosto, o Brasil se classificava pela primeira vez fez uma final olímpica no atletismo, em Berlim, há 85 anos, com Sylvio de Magalhães Padilha. Foram oito décadas e meia esperando por um pódio, que finalmente veio, com um tempo a 2 centésimos do recorde mundial, que só valeu bronze.

O Brasil não tem grande tradição nas provas individuais de pista no atletismo, mas formou um dos maiores corredores da história, Joaquim Cruz, ouro em Los Angeles e prata em Seul nos 800m. Até hoje o atletismo se lembra das pernas longas, do correr clássico do brasileiro.

Ao correr metros 400 metros e saltar 10 barreiras em 46s72 no Estádio Olímpico de Tóquio, Alison dos Santos fez o Brasil se lembrar da emoção de torcer por um corredor que não tem medo de ninguém, não deve nada a ninguém. Na prova mais forte da história olímpica dos 400m com barreiras, talvez a mais forte da história do atletismo, contra o primeiro, o terceiro e o quarto melhores de todos os tempos, o brasileiro conquistou uma justa medalha de bronze.

O nível foi absurdo. O norueguês Warlhol baixou absurdos 76 centésimos o recorde mundial que já era dele, vencendo com 45s94, um tempo que se alguém dissesse que era possível há um minuto todos diriam que era balela. O segundo, o americano Rai Benjamin, com 46s17, também mais de meio segundo abaixo do antigo recorde mundial.

Alison dos Santos, de 21 anos, já desponta como uma força no atletismo há algum tempo. Ainda muito jovem, Alison foi campeão pan-americano em Lima-2019 e, naquele ano, no Mundial de Doha, alcançou o 7º lugar.