Bolsonaro reitera neutralidade sobre conflito entre Rússia e Ucrânia

Presidente brasileiro disse que vai adotar uma postura neutra para não "trazer as consequências do embate para o país"

Em entrevista coletiva à imprensa dentro do Forte dos Andradas, no Guarujá, onde está hospedado para passar o Carnaval, o presidente Jair Bolsonaro reiterou que a posição do Brasil é neutra em relação ao conflito na Ucrânia e que é um “exagero falar em massacre” sobre o cerco que o exército russo faz em Kiev, a capital ucraniana. “O mundo todo está conectado, e o que acontece há 10 mil km influenciam no Brasil. Temos que ter responsabilidade em termos de negócios com a Rússia. O Brasil depende de fertilizantes”.

Bolsonaro também falou que o Brasil não faria nenhuma sanção ou condenação ao presidente Putin na resolução da ONU. “O voto do Brasil não está definido e não está se relacionando com qualquer potência. Nosso voto é livre e vai ser dado nessa direção. A nossa posição com o ministro Carlos França é de equilíbrio. E nós não podemos interferir. Nós queremos a paz, mas não podemos trazer consequências para cá”, afirmou, acrescentando que “grande parte da população da Ucrânia fala russo e que são países praticamente irmãos”, ao responder uma pergunta sobre manter a neutralidade, mesmo após o avanço dos russos por cidades ucranianas provocando mortes de civis.

O presidente brasileiro, em outro momento, debochou de Volodymyr Zelensky, o presidente ucraniano, ao dizer que o povo “confiou em um” e disse que só emitirá um posicionamento acerca do conflito após a divulgação do relatório da ONU. “O mundo se preocupa com isso. Um conflito, ainda mais para a área nuclear, o mundo todo vai sofrer com isso aí. Então isso não interessa para ninguém, seria um suicídio”, completou Bolsonaro.

Da Veja