Bolsonaro recria Ministério das Comunicações para ‘presentear’ genro de Silvio Santos

Fábio Faria está no quarto mandato de deputado federal e é filiado ao PSD, partido que integra o Centrão

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira (10) em uma rede social a recriação do Ministério das Comunicações. O ministro, conforme o presidente, será o deputado Fábio Faria (PSD-RN). Integrante do Centrão, o parlamentar é casado com a apresentadora Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos, dono do SBT.

Segundo Bolsonaro, a pasta da CIência, Tecnologia, Inovações e Comunicações será desmembrada em duas. O ministro da Ciência e Tecnologia é Marcos Pontes.

“Nesta data, via MP, fica recriado o Ministério das Comunicações a partir do desmembramento do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Para a pasta foi nomeado como titular o Deputado Fabio Faria/RN”, publicou Bolsonaro na internet.

O Ministério das Comunicações existiu até maio de 2016. Na ocasião, o então presidente, Michel Temer, que assumiu o cargo com o afastamento de Dilma Rousseff, unificou o Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia.

Temer nomeou à época Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, partido de Fábio Faria.

Número de ministérios

Na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro disse que, se eleito, o governo teria “no máximo” 15 ministérios. Quando tomou posse, em 1º de janeiro de 2019, o presidente deu posse a 22 ministros. Com a recriação da pasta das Comunicações, serão 23 ministérios.

Na semana passada, Bolsonaro também afirmou que “existe a possibilidade” de recriar o Ministério da Segurança Pública, extinto no início do governo.

Mais cedo, nesta quarta-feira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, afirmou que, para ele, não é o momento de a pasta ser recriada.

Centrão

Fábio Faria está no quarto mandato de deputado federal e é filiado ao PSD, partido que integra o Centrão.

A escolha de Bolsonaro pelo deputado ocorre em meio à aproximação do presidente com o grupo em troca de apoio político.

Nas últimas semanas, o Centrão também emplacou integrantes em outros cargos no governo. A diretoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por exemplo, que conta com R$ 50 bilhões, ficou com o PL, do deputado paraibano Wellington Roberto.

O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, cujo orçamento é de R$ 1 bilhão, ficou com uma indicação do Progressistas.

Bolsonaro sempre criticou o que chama de “velha política” e sempre afirmou que formaria um “ministério técnico”, isto é, segundo ele, livre de indicações políticas. As informações são do G1.