‘Bolsonaro diria para as pessoas não olharem para cima’, diz diretor de filme

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Presidente Jair Bolsonaro - Foto: Sergio Lima/Poder360

Adam McKay, diretor e roteirista do filme “Não olhe para cima”, comentou um artigo do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, no qual ele compara o Partido dos Trabalhadores (PT) a um cometa nas eleições.

No texto, publicado no jornal “O Globo” neste domingo (16), o ministro faz críticas à política econômica do PT, defende a reeleição do presidente Jair Bolsonaro e cita o filme como defesa de seu argumento: “Nada melhor que encerrar este artigo inspirado no título do filme que será o que o eleitor brasileiro fará cada vez mais quando chegar a hora: olhe para cima. Ao fazer isso e pensar no dia seguinte da eleição, não optará pelo cometa do PT”, escreve.

Em resposta a esse artigo, McKay fez uma postagem em seu Twitter nesta segunda (17), rejeitando a comparação.

“Bolsanaro [sic] definitivamente diria às pessoas para não olhar para cima”, publicou o diretor. Ele escreveu o nome do presidente com grafia errada.

“Não olhe para cima” retrata pessoas que ignoram um meteoro prestes a acabar com o planeta. É uma sátira com negacionistas e crítica sobre a inação política diante das mudanças climáticas.

Com diversos queridinhos do Oscar, como Leonardo DiCaprio (“O regresso”), Jennifer Lawrence (“O lado bom da vida”), Meryl Streep (“A dama de ferro”) e Cate Blanchett (“Blue Jasmine”), a produção estreou em dezembro na Netflix.

“Não olhe para cima” conta a história de uma dupla de astrônomos americanos (DiCaprio e Lawrence) que lutam para alertar as autoridades após descobrir que um cometa está em rota de colisão com a Terra.

De início, há um déjà vu inevitável com as tramas de “Impacto Profundo” e “Armagedom” (1998), mas as coisas mudam de rumo quando a presidente conservadora e falastrona interpretada por Streep se mostra menos preocupada com o fim do planeta do que com sua popularidade na próxima eleição.

Desesperados com a falta de ação governamental, os protagonistas se perdem entre entrevistas para programas sensacionalistas e reações desconfiadas nas redes sociais enquanto tentam salvar a humanidade – e suas próprias vidas.

Do g1