Bolsonaro desdenha da CPI da Covid e volta a promover remédios sem eficácia

Relatório final, apresentado nesta quarta-feira (20), sugere o indiciamento do presidente por 9 crimes, inclusive contra a humanidade

Bolsonaro (ao centro) participa de cerimônia durante visita a Russas (CE) — Foto: Kid Júnior/SVM

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, horas depois de o relatório final da CPI da Covid ser apresentado, que os integrantes da comissão “nada produziram a não ser ódio e o rancor”

“Como seria bom se aquela CPI estivesse fazendo algo de produtivo para o nosso Brasil. Tomaram tempo do nosso ministro da Saúde, de servidores, de pessoas humildes e de empresários. Nada produziram a não ser o ódio e o rancor entre alguns de nós”, afirmou o presidente durante pronunciamento em Russas, no Ceará, nesta quarta-feira 20).

O relatório sugere o indiciamento de Bolsonaro por 9 crimes, inclusive contra a humanidade (clique no link abaixo para ver a lista completa e o que cada um deles significa), e outras 65 pessoas. Entre elas estão os ministros Marcelo Queiroga (Queiroga), Onyx Lorenzoni (Trabalho), Wagner Rosário (Controladoria Geral da União) e Braga Netto (Defesa).

Durante a fala do presidente, apoiadores gritaram “Renan, vagabundo”, em referência ao relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Ao que Bolsonaro respondeu: “A voz do povo é a voz de Deus.”

O presidente também voltou a defender medicamentos sem eficácia contra a Covid, como ivermectina e cloroquina, e disse que os médicos devem ter autonomia para decidir o que receitar aos pacientes.

Auxílio Brasil: ‘Ninguém vai furar teto’

No discurso, Bolsonaro disse quem “ninguém vai furar teto” para garantir o pagamento do Auxílio Brasil, programa que vai substituir o Bolsa Família.

Segundo o blog do Valdo Cruz, o governo prevê recorrer a recursos que não são limitados no teto de gastos, mecanismo criado para conter o crescimento dos gastos públicos, para garantir o pagamento dos R$ 400 por mês prometidos pelo presidente aos beneficiários do programa.

“Ninguém vai furar teto. Ninguém vai fazer nenhuma estripulia no orçamento, mas seria extremamente injusto deixar aproximadamente 17 milhões de pessoas com o valor tão pouco no Bolsa Família”, disse Bolsonaro.

Do g1