A estreia do Botafogo-PB no Campeonato Paraibano deste ano já começou gerando uma grande polêmica, mas não pelo que foi apresentado dentro de campo, e sim pelo que foi visto nos bastidores, mais especificamente no vestiário 1 do Estádio Almeidão. Isso porque o Belo personalizou o local ao pintar as suas cores e colocar adesivos com o seu escudo nas paredes. Acontece que o Almeidão é um estádio público, e o procurador de Justiça, Valberto Lira, informou que o Ministério Público vai investigar o caso para apurar se houve improbidade administrativa.

– Nós tomamos conhecimento através das redes sociais. A princípio, vou remeter para a Promotoria do Patrimônio Público para investigar se houve atos de improbidade administrativa. Porque, sendo prédio publico, não pode remeter ao particular. Mas antes vou mandar para a Sejel (Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer) um ofício solicitando informações, para saber quem autorizou – afirmou Valberto Lira, que também é presidente da Comissão Estadual de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios.

Valberto ainda disse que conversou com o secretário executivo da Sejel, Zé Marcos, e foi informado de que a entidade enviou um memorando ao gerente do estádio, Giovani Alencar, determinado a retirada da ornamentação.

Tudo começou na sexta-feira, de acordo com Giovani Alencar. Ele contou que as alterações foram feitas dois dias antes da estreia do Belo no Paraibano (contra o Serrano-PB), mas que essas modificações não foram permitidas pela administração do Almeidão.

– Eu cheguei e estavam pintando. Quando eu perguntei ao pessoal do Botafogo, eles me disseram que tinham a autorização da Sejel. Tentei entrar em contato com o secretário para saber sobre o caso, mas ele tinha pedido exoneração exatamente naquele dia. Mas é algo que eu pretendo resolver nesta semana – explicou o administrador do Almeidão.

Mesmo sem fazer mais parte da Sejel, o ex-secretário Bruno Roberto, que pediu exoneração na última sexta-feira, negou que tenha permitido a personalização do vestiário.

– Durante a minha gestão, todas as autorizações eram formalizadas. Então, qualquer tipo de modificação que seja feita no Almeidão precisava passar por esse processo. E, neste caso, não teve a nossa autorização – explicou Bruno Roberto.

A diretoria do Botafogo não quis se pronunciar e informou que vai emitir uma nota oficial até esta terça-feira sobre o ocorrido.

“Foi inadequado”

Um dos motivos para a polêmica é que o Belo divide o estádio com outros dois times da capital: o Auto Esporte e o CSP. Consequentemente, o vestiário 1, que é o principal, também é compartilhado quando os outros times são os mandantes do confronto. No caso do Auto, isso deve mudar neste ano porque o Macaco Autino está tentando jogar as suas partidas no Estádio Carneirão, em Cruz do Espírito Santo.

Personalização do vestiário do Almeidão gerou polêmicas  (Foto: Reprodução/TV Belo)

Personalização do vestiário do Almeidão gerou polêmicas (Foto: Reprodução/TV Belo)

Mas, segundo disse o presidente alvirrubro, Watteau Rodrigues, o Auto pode mandar dois jogos desta primeira fase do Paraibano no Almeidão: o da próxima rodada, contra a Desportiva Guarabira, caso o Carneirão não seja liberado a tempo; e também contra o Treze, pela sexta rodada. Por isso, ele considerou a atitude do Botafogo como inadequada.

– Isso nos coloca numa situação delicada porque nós entendemos que, a partir do momento que você tem um estádio público, utilizado por outros clubes, mediante contrato, não se pode ambientar com decoração e símbolos próprios. Eu não o censuro por ter dado esse padrão, mas tinha que ser provisório e não definitivo. Com todo respeito ao Botafogo, mas é inadequado e impróprio. Por isso, não deve ser feito – comentou Watteau.

Situação do Botafogo

Polêmicas à parte, o procurador Valberto Lira informou que, apesar da investigação não ser de sua competência, nenhuma punição deve ser direcionada ao Botafogo.

– Com o Botafogo não pode acontecer nada, só a retirada da logomarca e da caracterização. Neste caso, a punição é só para algum gestor que tenha autorizado a obra – explicou. Fonte: G1.