Bastidores: base de Lula prevê relação melhor com Hugo Motta em relação a Lira

Percepção de governistas é de que o trato será completamente diferente com o parlamentar paraibano

(Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados)

O Congresso Nacional terá, a partir deste sábado (1ª), dois presidentes com perfis muito diferentes de seus antecessores. Por um lado, governistas preveem uma relação muito melhor com Hugo Motta (Republicanos) do que foi com Arthur Lira (PP-AL).

Por outro, a avaliação é de que no Senado o jogo fique mais duro com a substituição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) por Davi Alcolumbre (União-AP).

Motta é visto como uma figura mais cordial e aberta ao diálogo do que Lira, que ora emperrou a vida do Palácio do Planalto, ora facilitou.

Deputado desde 2011, o paraibano tem trânsito político com diferentes camadas do Congresso Nacional e angariou apoio de 18 dos 20 partidos com representação na Câmara.

A percepção de governistas é de que o trato será completamente diferente. Mas a política de boa vizinhança pode depender também do desenho final da reforma ministerial que o Planalto pretende fazer.

Um dos aliados mais próximos de Motta, o líder do MDB na casa, Isnaldo Bulhões (AL), é cotado para assumir a Secretaria de Relações Institucionais no lugar do ministro Alexandre Padilha (PT-SP).

Padilha não se dava com Lira e foi Lira quem encabeçou toda a articulação para fazer de Motta o candidato único de seu grupo político, contrariando aliados muito próximos como Elmar Nascimento (União-BA).

Isnaldo, no Palácio do Planalto, representaria não só a entrada do Centrão na cozinha do governo, como alguém pessoalmente ligado a Motta em uma função que simboliza a ponte de articulação política entre o executivo e o legislativo.

Ao mesmo tempo, Motta fez acenos ao bolsonarismo para se eleger e será cobrado a fazer andar pautas caras a esse grupo, como o projeto de lei que anistia aos condenados do 8 de janeiro.

Encontrar o equilíbrio nesse jogo de forças opostas será um dos principais desafios do novo presidente da Câmara.

Da CNN Brasil