Base de Romero rejeita subsídio para microcefalia e médica desabafa nas redes sociais

Os vereadores da base do prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues (PSDB) rejeitaram a proposta de subsidio mensal de R$ 5 mil para ajudar o Instituto Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq), que pesquisa e realiza tratamento de crianças com microcefalia, proposta pelo vereador Olímpio Oliveira (PMDB).

Os vereadores que votaram contra esse apoio financeiro para o tratamento com crianças acometidas pela doença foram Alexandre do Sindicato (PHS), Saulo Germano (PSDC), Ivan Batista (PSDB), Sargento Neto (PRTB), Marinaldo Cardoso (PRB), Saulo Noronha (Solidariedade), Lucas Ribeiro (PP), Pimentel Filho (PSD), Lula Cabral (PMB), Aldo Cabral (PSC), Renan Maracajá (PSDC), João Dantas (PSD) e Álvaro Farias (PSC).

A médica e pesquisadora Adriana Melo, responsável por ligar a zika vírus a microcefalia, lamentou o fato da proposta ter sido negada, mas afirmou que está tranquila, pois não poderá contar com os parlamentares, mas espera pelo apoio da população para continuar ajudando e tratando as crianças com microcefalia.

“Estou na luta pelas crianças com microcefalia, tentando reduzir as sequelas da doença através de protocolo de intervenção baseado nas melhores evidências científicas. Acabei de saber que a proposta foi rejeitada. Dos vereadores de Campina Grande, nós já esperávamos isso”, desabafou.

Adriana ainda ressaltou que não possui vaidades para com sua pesquisa em prol da evolução do tratamento de crianças com microcefalia. “Eu não entrei nisso por prêmio ou reconhecimento. Eu entrei nisso por ação. Então considerem aqueles convites que fizeram para o Dia Municipal da Microcefalia ser no dia do meu aniversário e título de cidadã campinense, como rejeitados. Eu não preciso de títulos dados por vereadores para poder me considerar campinense, eu já me considero da cidade. Eu não preciso de data comemorativa. Meu dia de combate e de luta pela criança com microcefalia é diário, em todos os turnos, de domingo a domingo”, pontuou.

E concluiu, lamentando que atualmente, por falta de incentivos como este que foi rejeitado, o tratamento não seja viabilizado para todas as crianças diagnosticadas em Campina Grande.

“Conto sempre com o apoio da população de Campina Grande, porque já deu para perceber que contar com o público para essas crianças não dá certo. O tempo está passando. É ruim ter que escolher quantas e quais crianças podem começar o protocolo de intervenção. Nosso sonho é expandir para todas as crianças, mas no momento está difícil. Uma emenda nossa solicitada pelo deputado Pedro Cunha Lima foi também negada em Brasília. Então, realmente não dependemos de dinheiro público, dependemos do povo”, declarou.