Astronauta Michael Collins, piloto da missão Apollo 11, morre aos 90 anos

O astronauta Michael Collins, piloto da missão Apollo 11 – que levou Neil Armstrong e Buzz Aldrin para a Lua em 1969 –, morreu aos 90 anos nesta quarta-feira (28) por conta de um câncer, informou sua família em um comunicado.

“Nós lamentamos compartilhar que nosso amado pai e avô morreu hoje após uma valente batalha contra o câncer”, diz a família em nota.

Collins, por ser o piloto da missão que levou os três astronautas para a Lua há mais de 50 anos, permaneceu todo o tempo em órbita e não chegou a pisar no satélite natural. Isso para garantir o retorno seguro dos três astronautas.

Com a morte de Collins, Buzz Aldrin se tornou o único membro vivo da missão. Ele completou, em janeiro, 91 anos. Neil Armstrong, que foi o primeiro homem a pisar na Lua, morreu em 2012, aos 82 anos.

Aldrin escreveu sobre o amigo e compartilhou uma foto antiga em que ele aparece abraçando Collins, que está ao lado de Armstrong, dentro da espaçonave que projetou os três em direção à Lua.

“Querido Mike, onde quer que você esteve ou vai estar, você sempre terá o fogo que nos carregou para novas alturas e para o futuro. Vamos sentir sua falta. Que descanse em paz”, escreveu o astronauta.
Buzz Aldrin abraça Michael Collins ao lado de Neil Armstrong em foto da época da missão lunar Apollo 11 — Foto: Buzz Aldrin/Arquivo Pessoal

Buzz Aldrin abraça Michael Collins ao lado de Neil Armstrong em foto da época da missão lunar Apollo 11 — Foto: Buzz Aldrin/Arquivo Pessoal

‘Outro mundo’

A agência espacial norte-americana, Nasa, lamentou a morte de Collins em uma rede social e destacou sua importante missão como o piloto da primeira viagem na história da humanidade a levar astronautas para “outro mundo”.

“Um defensor da exploração, o astronauta Michael Collins inspirou gerações e seu legado nos projeta mais fundo no cosmos”, disse a Nasa.

Segundo os familiares de Collins, o astronauta passou seus últimos dias “em paz” e ao lado da família. Em nota eles destacam ainda que ele enfrentou seu “último desafio” como encarava todos os que surgiam pela frente: “com graça e humildade”.

‘O peso do mundo’

Em 2019, durante uma visita ao Cabo Canaveral, na Flórida, de onde partiu para a missão pioneira, Collins falou com a imprensa e disse que “sentia o peso do mundo” sobre os ombros.

Michael Collins, à direita, conversa com o diretor do Centro Espacial Kennedy em sua visita ao Complexo de Lançamentos 39A, na Flórida — Foto: Frank Michaux/NASA

Michael Collins, à direita, conversa com o diretor do Centro Espacial Kennedy em sua visita ao Complexo de Lançamentos 39A, na Flórida — Foto: Frank Michaux/NASA

“A Apollo 11 foi uma coisa séria. Nós da tripulação sentimos o peso do mundo em nossos ombros. Todos os olhos estavam voltados para nós, queríamos ser os melhores possíveis”, lembrou na ocasião.

Enquanto seus colegas caminhavam sobre a superfície lunar recolhendo materiais para estudo, Collins foi o responsável por manter o controle da aeronave que orbitava ao redor da Lua para assegurar o retorno dos pioneiros à Terra.

De volta ao nosso planeta, o piloto abandonou a carreira na Nasa para trabalhar na Casa Branca em 1970. Depois desta investida na política, Collins dirigiu o Museu Smithsonian de Washington e abriu uma consultoria aeroespacial.

Do G1.