Assembleia anula eleição do Clube dos Oficiais e Cel Francisco terá que disputar novo pleito

O processo eleitoral do Clube dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba está anulado e o COPM terá eleição já no começo do próximo ano. A decisão foi tomada em uma assembleia geral extraordinária que aconteceu na manhã deste sábado (12), com a presença de mais de 90 oficiais e do próprio advogado do Clube. O atual presidente, que encerra seu mandato este mês, será notificado extrajudicialmente e não poderá tomar posse como pretendia, após cassar o direito de voto dos sócios e se ‘autoaclamar’ reeleito, no último dia 17 de novembro.

Francisco está há mais de 20 anos ocupando o cargo sem concorrer às eleições, sempre usando manobras de modificações feitas por ele próprio no estatuto da entidade. De acordo com o que foi decidido neste sábado, na próxima assembleia será escolhida uma comissão interventora para o clube, composta por 3 membros.

A comissão vai presidir provisoriamente o clube enquanto não acontecem às eleições, inclusive o próprio coronel Francisco poderá disputar o pleito, já que a intervenção dos sócios é por democracia no Clube dos Oficiais. Em uma matéria publicada no site do clube dos oficiais no último dia 5, coronel Francisco declarou que não aceita que tenha democracia dentro do clube enquanto não tiver os interesses políticos-partidários atendidos, conforme mostra o teor do conteúdo da fala dele na matéria.

“Se faz necessário respeitar as leis (se referindo ao estatuto criado por ele para se perpetuar no cargo) e decisões jurídicas, só assim se pode falar em democracia”, diz o trecho da reportagem, que foi escrito depois de uma série de ataques usados pelos correligionários partidários de Francisco nos palanques eleitorais das campanhas estaduais de 2010 e 2014.

À frente do Clube dos Oficiais, coronel Francisco foi secretário de esportes do estado, diretor do Detran e concorreu aos cargos eletivos de vereador e deputado estadual, tendo sido derrotado nas urnas. Ele vem sendo apontado como responsável por fazer a categoria perder espaços em discussões importantes por melhorias para a classe, que não o reconhece como representante da categoria, já que Francisco insiste em ocupar o cargo de presidente da entidade dos oficiais sem consultar às urnas, o que vai de encontro aos princípios básicos da democracia que vive o país.