Assédio, mentiras e propostas: saiba como era esquema de lobby para cirurgias particulares no Trauminha

A espera de cirurgias, pacientes do Hospital Ortotrauma de Mangabeira, conhecido como Trauminha, em João Pessoa, foram manipulados e extorquidos por profissionais da unidade de saúde a pagar uma média de R$ 4 mil para realizar os procedimentos, segundo informou o diretor do hospital, Alexandre Cesar da Cruz.

Segundo o diretor, os profissionais chegavam até os pacientes e mentiam a respeito dos procedimentos, a exemplo de que as cirurgias poderiam demorar para acontecer. Preocupados com a possibilidade de demora, as vítimas eram manipuladas a pedir a própria alta e realizar o procedimento de forma particular.

“O que acontecia? Chegava um paciente, o paciente era internado quando o paciente era internado um ou outro funcionário, seja ele da recepção, seja ele do apoio ao maqueiro, chegava pro paciente e dizia sua cirurgia vai demorar dois meses, não tem material. Paciente na angústia, né? Ficava mal, ficava triste e ele chegava imediato. Olhe, eu tenho alguém que vai fazer sua cirurgia”, explicou o diretor.

Ao longo de um ano e meio, cerca de 20 funcionários foram exonerados, entre eles maqueiros e recepcionistas do hospital. De acordo com o diretor, nenhum médico foi exonerado devido a falta de denúncias formais.

“Exoneramos as pessoas que nós sabíamos quem era. Maqueiros, do apoio, recepção. É importante lembrar que tem pessoas boas trabalhando na gestão pública, e há pessoas que não tem um caráter como a nossa gestão preconiza”, completou.

A última denúncia foi recebida pelo hospital na manhã dessa segunda-feira (7), quando um paciente solicitou a própria alta com a justificativa de que iria fazer a cirurgia em outro local, já que um médico o teria informado que o procedimento poderia demorar dois meses para ser executado pelo hospital. “Estamos apurando mas um paciente disse que o médico o informou que não teria material e nem médico para realizar a cirurgia. Sendo que isso é uma fake news, uma inverdade”.

Por fim, o diretor fez um apelo à população de João Pessoa que utiliza os serviços da unidade de saúde para que realize denúncias formais caso sejam vítimas do crime. “Todo e qualquer paciente que entrar no hospital e se sentir assediado para pagar por uma cirurgia que ele tem direito de fazer sem pagar sequer um real – porque já pagamos impostos demais, denuncie. Mas denuncie de forma legal, não ligando para uma radio. É importante que vá até uma delegacia para que a gente possa investigar e tomar as devidas providencias”, enfatizou Alexandre.

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