Artistas se unem e fazem ato multicultural contra o Golpe de 64, em JP

Um ato de resistência contra a já extinta ditadura militar instaurada no Brasil em 1º de abril de 1964 e que o governo do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) vem propagandeando não ter existido. Esse é o cunho que pretende assumir o Roda Viva – Conversas, Música, Poesia, evento que se acontece nesta terça-feira (2), a partir das 19h, n’A Budega Arte e Café, localizada no conjunto dos  Bancários, em João Pessoa.

Do ato, vão estar participando os poetas Sérgio de Castro Pinto e Lau Siqueira, a atriz Zezita Matos, o músico Paulo Ró e o professor Antônio Alberto Pereira (Toninho), todos juntos para trocar ideias no intuito de, por meio da celebração da arte e da cultura, buscar caminhos para fortalecer suas respectivas lutas e esperanças.

O ato multicultural – cuja entrada é aberta gratuitamente para o público – também vai marcar os 57 anos de morte do paraibano João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas assassinado no município de Sapé, na região da Zona da Mata do Estado, numa data como esta – o 2 de abril – pelos latifundiários.

“A nossa ideia é dar início a conversas com artistas, com o objetivo de trazer o papel da cultura na época da ditadura, como se deu esse processo e como ficou a situação. Queremos fazer essa ponte do que aconteceu naquela época com o que acontece hoje, onde o presidente Jair Bolsonaro quer passar a ideia de que não houve ditadura”, disse  a proprietária de A Budega Arte e Café, Hygia Margareth Sousa da Silva, que idealizou e realiza a Roda Viva em parceria com Waleska Asfora, integrante da ONG Moenda Arte e Cultura.

“Além disso, queremos conscientizar as novas gerações, pois há jovens que hoje preferem endeusar artistas, endeusar a Bolsonaro e que, realmente, não sabem o que aconteceu durante a ditadura militar. Por isso, o evento é uma forma de continuarmos resistindo, pois parece que essa sombra ameaça voltar e as vozes dos que foram assassinados durante aquele período estão pedindo para aquela época não mais voltar”, acrescentou Hygia. Com informações são do Jornal A União.