Articulados em torno de um ideal político-cultural de resgate das tradições nordestinas e projeção de um novo futuro coletivo, os projetos musicais Forró RED Light e FurmigaDub & Seu Bando – com Mestre Nico e Ella Voa – se unem em um verdadeiro Baile Encarnado na edição de estreia do The Town.
Determinados a replicar o sucesso do festival Rock in Rio agora na capital paulista, a maior aposta do entretenimento musical esse ano é a estreia do novo festival da família Medina na “Cidade da Música”. Com abertura no dia 2 de setembro, a curadoria do festival conta com cinco palcos diferentes e grandes nomes do mercado internacional, como Post Malone, Foo Fighters e Brunos Mars.
Em meio a tantos nomes reconhecidos, o The Town fez a escolha acertada de representar e fortalecer o forró e os ritmos tradicionais nordestinos no lineup. A articulação de Forró Red Light (duo formado por Geninho Nacanoa e Ramiro Galas) ao lado de Furmiga Dub & Seu Bando promete uma mistura única de folclore, coco, dub e reggae, projetando o arrasta-pé a novos horizontes sonoros com batidas pulsantes e letras reflexivas sobre a defesa da Mata Atlântica.
Com diversas composições de Mestre Nico (Siba, Maracatu Rural Cruzeiro do Forte) e a voz impactante de Ella Voa (Coco de Oyá), o setlist transmitirá mensagens de conscientização ecológica e resistência cultural. Será um encontro para celebrarmos a diversidade cultural, a autenticidade e a ancestralidade nordestina, mantendo viva a chama da nossa herança artística enquanto refletimos sobre a essência da nossa cultura nacional.
A apresentação não poderia acontecer em um melhor momento para o grupo. Com Lia de Itamaracá fazendo turnê pela Europa e Mestra Penha realizando seu giro pelos Sescs de São Paulo há poucos meses, está claro que o movimento do coco e da ciranda cresce. “Não queremos ser valorizados apenas no São João, queremos estar no palco dos festivais o ano inteiro”, declara o bando.
Os artistas esperam que o The Town também sirva como uma vitrine, e que eles sejam considerados no futuro para palcos cada vez maiores, em horários com maior presença de público. Aos poucos – e praticamente sem nenhum investimento -, a cultura nordestina continua resistindo e a Paraíba segue marcando sua presença em todos os movimentos de vanguarda.