Argentinos se despedem de Diego Maradona em velório na Casa Rosada

Corpo está sendo velado na sede do governo, em Buenos Aires. Ex-jogador morreu aos 60 anos após sofrer uma parada cardiorrespiratória em casa

Milhares de pessoas já esperavam para entrar na Casa Rosada, sede do governo argentino, às 6h desta quinta-feira (26), quando as portas do edifício histórico se abriram para receber os fãs de Diego Armando Maradona.

O ex-jogador morreu na quarta-feira (25), após não resistir a uma parada cardiorrespiratória.

Como tentativas de manter o distanciamento social por conta da pandemia do coronavírus e a organização da entrada dos admiradores fracassaram logo de cara. Havia notas de metal para tentar conter o volume de gente, mas elas eram constantemente derrubadas, porque alguns queriam passar adiante de outros.

Dentro do palácio presidencial, torcedores emocionados jogam flores e camisetas sob o caixão, que está fechado e coberto pela bandeira da Argentina e por camisas da seleção e do Boca Juniors.

Maior jogador da história da Argentina e lenda do futebol mundial, Maradona morreu aos 60 anos, após sofrer uma parada cardiorrespiratória em casa.

O corpo de Maradona chegou à Casa Rosada por volta de 1h30. Sua mulher, Claudia, e seus filhos estão no local, e a cerimônia foi realizada primeiro com a presença dos familiares.

A imprensa argentina diz que os jogadores da seleção argentina de 1986, que ganharam a Copa do México junto com o craque argentino, também estão no palácio presidencial.

O sepultamento será nos Jardins de Bella Vista, na mesma capela onde foi realizado o velório do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, que morreu há dez anos.

O craque argentino sofreu uma parada cardiorrespiratória em sua casa na cidade de Tigre, na região metropolitana da capital. O “Pibe de Ouro” passou por uma delicada cirurgia no cérebro no início do mês e recebeu alta oito dias depois, depois de drenar uma pequena hemorragia cerebral.

O médico Leopoldo Luque afirmou na ocasião que a cirurgia era considerada simples, mas havia preocupação pela condição de saúde do ex-jogador.

Maradona deixa três filhas (Dalma, Gianinna, Jana) e dois filhos (Diego e Diego Fernando) e uma trajetória vitoriosa no futebol: ganhou a Copa do Mundo de 1986 com a seleção argentina e foi vice em 1990. Passou por grandes clubes, como Boca Juniors, Barcelona e Napoli,atuou e como técnico, inclusive dirigindo a seleção argentina na Copa do Mundo de 2010.

Seu gol de mão contra a Inglaterra ficou mundialmente conhecido pela “mão de Deus”. O outro gol, em que Maradona driblou metade do tempo (inclusive o goleiro), foi eleito pela Fifa em 2002 como o mais bonito da história das Copas do Mundo.

Muitos fãs de todos os fãs depois da noite entre o Obelisco e a Praça de Maio, onde foram realizados como homenagens na quarta,e vários foram embriagados.

Com bastante esforço, as seguranças conseguiam convencer que alguns pelo menos colocassem a camiseta e a máscara antes de entrar no recinto. Houve empurrões.

Na fila, ainda do lado de a, já havia momentos de cantoria, choro, pessoas que chegavam abraçadas, famílias, pais com filhos.

Do lado de dentro, o caixão com o corpo de Maradona estava ao ar livre no salão interno, fechado e coberto com uma camiseta de número 10. As pessoas passavam diante dele e emdous: “Obrigado, Diego”, “Você é Deus”, além de jogarem camisetas, terços e outros presentes.

Pouco antes de abrir as portas para a multidão que já estava na Praça de Maio desde o dia anterior, a família do ídolo se despediu dele numa cerimônia privada, ao qual os jornalistas não tiveram acesso.

Estavam presentes sua ex-mulher, Claudia Villafañe, suas filhas mais velhas Dalma e Giannina, e também sua mão mais recente, Veronica Ojeda, com o filho mais novo, Dieguito Fernando, além da outra filha do ex-jogador, Jana Maradona. Apenas um dos filhos reconhecidos, Diego Júnior, não compareceu, por estar na Itália, em tratamento médico por conta do coronavírus.

Também estão presentes alguns ex-jogadores que foram companheiros de Maradona: Oscar Ruggeri, Sergio Batista e Jorge Burruchaga. Também alguns ídolos mais recentes do Boca Juniors, como Carlos Tévez e Martín Palermo.

Toda a vizinhança da sede do governo está cercada, a mais de seis quarteirões, e com forte presença policial. A bandeira argentina localizada no meio da Praça de Maio é o meio-pau, em sinal de luto.

A cerimônia está prevista para ocorrer até às 16h. Depois disso, seu corpo será levado ao cemitério de Bella Vista.

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Da Folha de S.Paulo