Após Romero não recuar, MPF reafirma recomendação e diz que ação não tem base científica

Mesmo após recomendação conjunta dos Ministérios Públicos Federal, do Trabalho e da Paraíba, o prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues não sinalizou que recuaria da decisão de permitir a reabertura do comércio a partir da próxima segunda-feira (20), medida que contraria ação para evitar proliferação do novo coronavírus (Covid-19). Com isso, nesta sexta-feira (17), a procuradora do MPF na Rainha da Borborema, Acácia Suassuna se pronunciou sobre caso. Na cidade já são registrados oito casos confirmados e uma morte.

Acácia lembrou que foi expedido pelo MPF, na última quarta-feira (15), a recomendação ao gestor para que prorrogue a reabertura do comércio para evitar a propagação da doença. A ação, de acordo com a procuradora, leva em consideração as medidas adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Governo do Estado, que prorrogou as medidas restritivas até 3 de maio como forma de conter o avanço da doença.

“O Ministério Público entende que ainda não existem dados seguros e precisos, que possam permitir a reabertura do comércio. Isso porque, a Organização Mundial da Saúde estabeleceu critérios que devem ser analisados antes de serem flexibilizadas as medidas. O sistema de saúde precisa comprovar que pode detectar, testar, isolar e tratar os casos de covid-19”, destacou.

De acordo com os Ministérios Públicos Federal, do Trabalho, e da Paraíba, “enquanto a rede municipal de saúde não estiver completamente estruturada para receber pacientes de Campina Grande e municípios do interior, as medidas de isolamento social devem ser mantidas, por serem as mais eficazes para conter o avanço da covid-19 neste momento. Ainda não há dados precisos de que existe capacidade na rede municipal de saúde para atender vários casos da doença que podem ser confirmados nos próximos dias. Hospitais de campanha estão sendo construídos, com compras sendo feitas, inclusive de equipamentos de proteção individual (EPIs) para profissionais de saúde, o que reforça a importância da manutenção de medidas rigorosas de isolamento”.

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