Após pressão, Saúde assina hoje compra de 54 milhões de doses da Coronavac

Butatan havia informado o repasse a outros compradores, como os governos estaduais, caso a União não formalizasse o interesse de aquisição

Em meio à cobrança por mais vacinas contra o coronavírus, o Ministério da Saúde decidiu assinar, nesta sexta-feira (12), a compra do segundo lote de Coronavac de 54 milhões de doses, após pressão do Instituto Butantan. O primeiro contrato prevê a entrega de 46 milhões de doses da vacina. Mas, de acordo com a pasta, para reiterar o compromisso de compra, o governo federal vai firmar o contrato.

O Ministério, por meio da assessoria de imprensa, afirmou à CNN que o acordo de compra vai ser assinado pelo secretário executivo da pasta, Élcio Franco, até o fim desta tarde.

Essas vacinas ainda estão sendo produzidas pelo Instituto Butantan. O governo federal tem prioridade na compra. Mas o diretor do Instituto, Dimas Covas, havia afirmado que iria repassar as doses a outros compradores, como os governos estaduais, caso a União não formalizasse o interesse de adquiri-los. Pelo contrato do Butantan com o governo federal, no entanto, a compra do segundo lote está condicionada à entrega total do primeiro.

Ao mesmo tempo, a Saúde cobra o Instituto Butantan a fazer a entrega de 4,8 milhões de doses ainda neste mês, para reabastecer os postos depois do carnaval. A pasta faz um levantamento de quantas prefeituras já estão sem vacina porque esgotaram a primeira e a segunda dose de vacina, antes do tempo.

Outras vacinas

O governo federal está em conversas avançadas com outras três marcas de vacina, segundo a CNN apurou. Mas a compra está vetada porque nenhuma delas possui autorização pela Anvisa.

De acordo com fontes da pasta, a indiana Covaxin se comprometeu com a venda de 20 milhões de doses, que seriam entregues, em 70 dias. A Gamaleia com outros 10 milhões de doses, para envio em 90 dias ao Brasil.

Já a União Química, que produz a Sputinik e tem laboratório no Brasil, conseguiria fornecer 8 milhões de doses mensais ao ministério da Saúde.

Apesar dos contratos engatilhados, pesou a falta de avaliação da Anvisa.

Da CNN Brasil