Após depoimento contraditório, MPF diz que aguarda relação de veículos usados na obra da Lagoa

Em entrevista coletiva, o procurador da República Yordan Delgado falou sobre o andamento das investigações do Ministério Público Federal (MPF) acerca das irregularidades nas obras do Parque Solon de Lucena (Lagoa), apontadas em relatório da Controladoria Geral da União (CGU).

Questionado pela reportagem do Paraíba Já se a discrepância entre as informações que foram apresentadas à CGU pela empresa responsável por executar a obra, a Compecc, e, durante oitiva do MPF quanto ao número de veículos utilizados para transportar a alardeadas 200 mil toneladas de lixo retiradas da Lagoa, poderia ser considerada indício de improbidade administrativa da Prefeitura de João Pessoa, Yordan esclareceu que o MPF continuará realizando oitivas, para confrontação de dados e constatar a procedência ou não das irregularidades apontadas pela CGU.

“O direito de defessa é amplo e a defesa da empresa responsável pela execução da obra tem direito de prestar os esclarecimentos que ela ache pertinente. Agora, o motivo dela ter dados informações iniciais à CGU diferentes das que foram prestadas aqui são motivos da própria empresa e não me cabe adentrar exatamente nessa divergência, mas sim verificar se as informações prestadas aqui na Procuradoria são ou não verdadeiras”, pontuou o procurador.

“De fato, a empresa disse que usou toda a sua frota de 45 veículos e além disso teria utilizado mais 15 veículos que seriam terceirizados e, inclusive, ficou de trazer a relação das placas de todos os veículos utilizadas, tanto os da empresa quanto os terceirizados, mas ainda não nos foi entregue esta relação”, acrescentou.

Ele concluiu dizendo que nesse ponto das investigações não é possível afirmar se houve crimes da gestão municipal, mas se houver discrepância entre as informações apresentadas ao MPF e o que for averiguado, a empresa poderá ficar em maus lençóis e, por tabela, a Prefeitura de João Pessoa.

“Eu não posso nesse momento atestar se há ou não improbidade porque a investigação ainda está em curso. O que eu posso dizer é que as informações  prestadas pela empresa obviamente que terão de ser checadas, verificadas, analisadas e o momento ainda não é esse (de indiciamento) porque a empresa ainda trará a documentação. Mas é lógico que qualquer divergência tem de ser checada – e não é favorável a empresa”, declarou.