Após AVC, Bruno Farias faz cirurgia e anuncia estado de saúde em versos

“Meu coração está cem por cento,
Mas, por excesso de sentimento,
Sua abertura nunca fechou.
Eu fiz a oclusão do forame
Pra que dele nunca mais derrame
O carinho, o afeto e o amor!!!”

Foi assim que o vereador de João Pessoa Bruno Farias (PPS), explicou o procedimento que realizou após ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico.

O vereador relatou que começou a sentir algo estranho durante sessão da semana passada. De repente, um lado de sua visão teria ficado embaçada. Após procurar oftalmologista, cardiologista e neurologista: o diagnóstico.

Para corrigir um problema de infância, que causou o AVC, Bruno precisou fazer a “oclusão do forame”, termo usado por ele na poesia.

Sobre o problema de saúde enfrentado pelo vereador:

O forame oval é um orifício que comunica o lado direito com o lado esquerdo do coração. Durante a gestação, é essa comunicação que possibilita que o feto receba o sangue oxigenado da mãe para se desenvolver, uma vez que seus pulmões ainda não funcionam.
Logo após o nascimento, há o fechamento natural do forame oval. No entanto, em uma minoria de pessoas esse fechamento natural não ocorre e o forame oval continua aberto, ou seja, patente, ao longo da vida.

Sintomas

Na maior parte das pessoas, o forame oval patente não gera sintomas ou outras limitações. Dessa maneira, não há necessidade de tratamento específico.

Complicações

Em alguns casos, entretanto, a existência do forame oval patente pode causar a passagem de coágulos de sangue do lado direito para o lado esquerdo, o que pode acarretar problemas como, por exemplo, o derrame cerebral (acidente vascular cerebral).
O derrame cerebral pode ser causado por vários motivos. Após um derrame, os médicos sempre procuram as suas possíveis causas, para fazer a prevenção e evitar que novos derrames ocorram no futuro. Nas pessoas com forame oval patente e que tiveram um derrame, principalmente naquelas em que não se acham outras causas, a oclusão do forame oval pode ser indicada, como maneira de reduzir a chance de outros derrames.
Tratamento minimamente invasivo
Até há pouco tempo, havia muitas dúvidas sobre o benefício da oclusão do forame oval patente como forma de prevenir derrames. Mas, estudos recentes, com centenas de pacientes, mostram que as pessoas que foram submetidas à oclusão do forame tiveram menos complicações no longo prazo do que aquelas em que o forame oval não foi ocluído.
A oclusão do forame oval é feita através de um procedimento cardíaco minimamente invasivo. Por uma veia da região inguinal (“virilha”), um cateter é introduzido até o coração, chegando na região do forame oval. Neste local, através do próprio cateter, o médico faz o fechamento do forame oval (“oclusão”) com a colocação de uma pequena prótese.
O procedimento é feito com anestesia local e sedação, ou anestesia geral, e normalmente dura em torno de duas horas. Não há cortes (incisões) ou pontos (suturas), uma vez que o procedimento é feito através de uma punção na veia. A recuperação é indolor na maior parte dos casos e, habitualmente, é feita em um quarto hospitalar normal ou em uma unidade Semi-Intensiva. Comumente, o tempo de permanência no hospital é de um ou dois dias após o procedimento.