O vereador Naldo Cell (PT) renunciou ao cargo de presidente da Câmara Municipal do Conde. A decisão foi oficializada na tarde desta segunda-feira (14), justamente quando ele deveria apresentar defesa na Casa. O parlamentar estava afastado do cargo desde a semana passada. A decisão foi anunciada no mesmo dia em que o petista disse ter sido vítima de um atentado. Pelo menos seis disparos com arma de fogo foram feitos em direção à casa dele. As balas atingiram o portão e o carro. Ninguém ficou ferido. Com a decisão, dois vereadores que haviam votado a favor da investigação mudaram o voto e ele não corre mais risco de ser cassado.

Entre as acusações que pesam contra o parlamentar, está o fato de ele ter contratado uma empresa que pertence à mãe para prestar serviços na Câmara de Vereadores. Há também a acusação de que os balancetes da prestação de contas eram mantidos em segredo, direcionamento de licitações, contratação de servidores fantasmas, nepotismo e superfaturamento. Com a renúncia de Naldo, o vice-residente da Casa, Irmão Cacá (PMDB), também seguiu o entendimento e entregou o cargo. Ele havia assumido a presidência do Legislativo interinamente. Com a saída dos dois, o primeiro-secretário, Juscelino (PPS), assumiu o comando da Casa até que haja nova eleição.

A articulação contou com a participação da prefeita Márcia Lucena (PSB). De acordo com auxiliares, a gestora viu risco de minguar, na Casa, a sua base de apoio. As contas não eram otimistas. A base de oposição trilhava o caminho de elevar a sua representatividade de três para cinco vereadores. Os vereadores que mudaram o voto e decidiram inocentar Naldo Cell foram o próprio Irmão Kaká e Pinta. Um dos auxiliares da prefeita deixou claro que a gestora não vai interferir na eleição da Casa, porém, vai apoiar o nome que surgir da sua base aliada na Casa. Os vereadores de oposição disseram que vão recorrer ao Ministério Público da Paraíba para pedir o afastamento do vereador.

O pedido de afastamento de Naldo Cell foi protocolado pelo vereador Malbatahan Pinto Filgueiras Neto (SD) na semana passada. Na oportunidade, ele foi acatado por oito dos dez votos possíveis. O acusado não pôde votar. O autor da denúncia alegou que precisou recorrer aos dados do Sistema de Acompanhamento da Gestão dos Recursos da Sociedade (Sagres), do Tribunal de Contas, para ter acesso aos contratos firmados pela Casa. “Os dados referentes às contas do Legislativo são mantidos a sete chaves”, ressaltou.

As informações do blog do Suetoni Souto Maior.