A Agência Nacional de Energia Elétrica fará uma reunião no começo da noite deste domingo (13) com representantes da Enel e de outras oito empresas responsáveis pelo abastecimento de energia elétrica em São Paulo e Região Metropolitana.
Até as 14h30 deste domingo, 760 mil imóveis continuavam sem luz após um forte temporal atingir o estado de São Paulo na última sexta-feira (11). A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares informou que vai acionar judicialmente a Enel para responsabilizar a concessionária pelos prejuízos causados.
Segundo a agência, conforme contatos telefônicos e interações realizadas, foram convocados representantes das empresas Enel São Paulo, Neoenergia Elektro, EDP São Paulo, Energisa Sul-Sudeste, CPFL Piratininga, CPFL Paulista, CPFL Santa Cruz, CTEEP e Eletrobrás Furnas para reunião com o diretor-Geral da Aneel e a equipe de fiscalização da Agência. O objetivo é que sejam avaliados:
- os cenários de atendimento em cada localidade e área de atuação;
- as ações até então tomadas e aquelas planejadas no curto prazo;
- equipes mobilizadas, os recursos materiais e humanos disponíveis, inclusive com possibilidades de compartilhamento entre as empresas, e a previsão de restabelecimento.
A Enel informou que 760 mil clientes da capital paulista e cidades da Grande São Paulo ainda continuavam sem energia elétrica até as 14h30 deste domingo (13).
Segundo a concessionária, cerca de 496 mil casas estão sem energia na capital paulista. Os bairros mais afetados são: Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís.
Além da capital, os municípios mais impactados neste momento são: Cotia, com 62 mil clientes sem energia, São Bernardo do Campo com 47 mil e Taboão da Serra com 44 mil.
Ainda conforme a Enel, até as 14h30 de domingo cerca de 1,3 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado. “A companhia segue trabalhando para restabelecer o fornecimento”, diz a empresa.
O presidente da Enel Distribuição São Paulo, Guilherme Lencastre, informou neste sábado (12) que a empresa não tem previsão de retomada total do fornecimento de energia na Grande SP.
“Não é questão de não saber e não passar. E não quero colocar uma expectativa que seja frustrada. (…) A gente tem consciência do transtorno causado por eventos como esse e sabemos da nossa responsabilidade. Vamos trabalhar de forma incansável para reconectar todos os nossos clientes”, declarou.
O presidente da Enel também afirmou que a empresa disponibilizou 500 geradores para atender hospitais e estabelecimentos que estão sofrendo com a falta de luz na região de concessão, além de ter dois helicópteros da empresa sobrevoando as linhas de transmissão para identificar eventuais problemas.
Lencastre culpou o vento histórico que atingiu a capital paulista e as cidades da Grande SP, com rajadas de mais de 107,6km/h pelos transtornos ocorridos na cidade.
Horas no escuro
Rua de bares em Pinheiros sem luz, mas com clientes — Foto: Fábio Tito/g1
O temporal que atingiu a Grande São Paulo na noite desta sexta-feira (11) ocorreu por volta das 19h30. Conforme o g1 publicou, moradores de várias cidades da Grande SP e de vários bairros da capital paulista narraram que estavam há mais de 17 horas sem luz.
Eles narraram muitas dificuldades para tentar falar com a Enel para abrir chamado e tentar uma previsão de restabelecimento da energia elétrica.
O presidente da empresa afirmou que a central telefônica da empresa recebeu mais de 1 milhão de chamados desde a noite anterior e está ampliando a capacidade de atendimento.
Abastecimento de água
A falta de luz na Grande SP já afeta o abastecimento de água em várias cidades da região, segundo a Sabesp.
Segundo a empresa, as regiões mais afetadas pelos problemas de distribuição de água são a capital paulista, São Bernardo do Campo, São Caetano, Santo André e Cotia.
No comunicado divulgado neste sábado (12), a Sabesp pediu economia de água e uso racional até a volta completa da energia elétrica, que afetou o funcionamento das estações elevatórias de tratamento e abastecimento nessas regiões.
Mortes e estragos da sexta
Na contagem feita até o início da tarde deste sábado (12), sete pessoas morreram no estado de SP em virtude das chuvas. Três delas em Bauru, no interior, e quatro na Região Metropolitana:
- Bauru: três mortes após queda de muro;
- São Paulo: uma morte após queda de árvore no bairro Campo Limpo;
- Diadema: uma morte após queda de árvore;
- Cotia: duas mortes após queda de muro .
Regiões afetadas:
- CAPITAL: Vila Formosa, Jardim São Luiz, Capão Redondo, Morumbi, Americanópolis, Vila do Encontro, Parque Bologne, Interlagos, Grajaú, Parelheiros, Sapopemba, Cursino, Jardim Marilda, Vila Clara, Vila Romana, Ipiranga, Vila Jaguara, Pirituba, Parque Anhanguera, Vila Maria e Jaraguá;
- SANTO ANDRÉ: Vila Progresso, Miguel Ângelo, Vila Suíça, Gerassi e São Jorge;
- SÃO CAETANO: Vila Gerty;
- SÃO BERNARDO DO CAMPO: Vila Planalto e Nova Petrópolis;
- COTIA: Jardim Atalaia;
- CAJAMAR: Jordanésia e Parque São Roberto.
Previsão para domingo
No domingo (13), os ventos que sopram do mar favorecem o ingresso de umidade e a formação de muitas nuvens em toda a faixa leste paulista.
Com isso, o céu varia de nublado a encoberto, e a temperatura apresenta declínio. A mínima prevista é de 16°C, e máxima, de 23°C.