Aplicativo polêmico, ‘DeepNude’ chega ao fim por expor nudez

O aplicativo DeepNude chegou ao fim nesta quinta-feira (27) após causar polêmica na Internet. O objetivo do programa era criar fotos de mulheres nuas usando Inteligência Artificial. Lançado em março deste ano para uso em computadores Windows, o software de imagens comprometedoras teve vida curta. “O mundo não está pronto para o DeepNude”, diz o comunicado oficial de encerramento publicado no Twitter — veja a nota na íntegra no fim da matéria.

O fim do programa de deepfake se dá depois da repercussão negativa sobre o app na imprensa internacional. O site foi o primeiro a Motherboard noticiar a existência do software, ressaltando o perigo do uso indevido da tecnologia. Durante o dia de ontem, o aumento do tráfego fez com que o app enfrentasse instabilidade e ficasse fora do ar. No fim da tarde, a empresa anunciou em seu perfil no Twitter que o aplicativo havia chegado ao fim: “DeepNude não lançará outras versões e não permitirá o acesso de mais ninguém – nem mesmo de usuários Premium”.

O objetivo da aplicação era, a partir de fotos normais, tirar a roupa das pessoas em poucos cliques, criando nudes realistas. Vale destacar que o sistema funcionava sem o consentimento de quem estava na fotografia e apenas com imagens de mulheres, trocando a blusa por seios e a calça por vulvas. O Motherboard testou o DeepNude, que não funcionou com fotos masculinas e, de acordo com a reportagem, conseguiu melhores resultados com fotos de mulheres com roupas leves, em que mostravam mais a pele.

O site do DeepNude definia o serviço como “um software automatizado Offline que transforma fotos, criando fake nudes”. O programa era gratuito e funcionava em computadores Windows e Linux. Quem quisesse imagens em alta resolução poderia comprar a versão premium por US$ 50 (cerca de R$ 200). Todas as imagens falsas geradas pela plataforma continham uma marca d’água com a palavra FAKE.

Embora o algoritmo do DeepNude seja similar ao que é usado para a complexa criação de vídeos deepfake, a existência de um aplicativo que cria imagens falsas em cerca de 30 segundos poderia popularizar o uso mal intencionado da tecnologia para assédio, por exemplo. O que, de acordo com o desenvolvedor do software (que permanece anônimo), não seria um problema “se alguém tem más intenções, ter o DeepNude não muda muito… Se eu não fizer, alguém fará isso em um ano”, disse em entrevista ao Motherboard antes dar fim à plataforma. As informações são do TechTudo.