Ao MPF, ex-secretário de Saúde de Lucena revela depressão após erro em vacinação

No total, foram vacinadas 49 crianças no município, das quais 13 com imunizante dentro do prazo de validade e 36 com imunizantes vencidos

O ex-secretário de Saúde de Lucena, Antônio Paulo alegou, em depoimento ao Ministério Público Federal na Paraíba (MPF-PB) na quarta-feira (19), estar sofrendo de problemas psicológicos após receber a informação da vacinação com doses erradas contra a Covid-19 em crianças no município.

Antônio revelou que recebeu a informação do erro na última quinta-feira (13), quando estava em João Pessoa, e começou a passar mal, ter sintomas de labirintite e problemas psicológicos no dia seguinte.

Sob efeito de remédios, o então secretário repassou as responsabilidades do gerenciamento da crise à diretora em Saúde e à diretora de Vigilância em Saúde da cidade, pois conforme ele, estava entrando em depressão e não daria conta de resolver o problema.

O ex-secretário de Saúde destacou que apenas 60% da população de Lucena está vacinada, o que sempre foi motivo de preocupação para a pasta e para o prefeito, e relacionou a baixa procura pelas vacinas à religião, já que segundo ele, grande parte dos moradores do município são evangélicos. Além disso, a maioria dos não vacinados ainda tem dúvidas sobre a vacina, mesmo com trabalho abrangente na busca ativa.

Antônio Paulo garantiu que nenhum chefe de setor autorizou a aplicação e que todas as etapas da vacinação cumpriam à risca as normas do Estado.

No total, foram vacinadas 49 crianças, das quais 13 com imunizante dentro do prazo de validade e 36 com imunizantes vencidos. Cada criança terá acompanhamento médico durante 30 dias.

Além disso, também foi verificado que cerca de 200 pessoas, entre jovens e adultos, tomaram a vacina fora do prazo de conservação de 30 dias que o imunizante da Pfizer requer em ambiente refrigerado, entre 2 e 8 graus Celcius, conforme normas dos órgãos sanitários.

Leia na íntegra: