O visível e o invisível nas relações violentas

*Por Valquiria Alencar de Sousa

O Brasil avança! A esperança bate forte em nossos corações! O governo Lula trouxe de volta para nós, mulheres, a certeza de dias melhores, de mais respeito, de menos desigualdades! As mulheres estão no centro das atenções. São imensos os esforços do governo federal em trazer de volta as políticas públicas de fortalecimento dos nossos direitos, destruídas pelo negacionismo, pela desatenção e pela falta de prioridades.

Mas, uma pauta cotidianamente presente, continua a ser a essência da luta das mulheres brasileiras – a violência contra a mulher. Dada à diversidade e às características particulares da violência doméstica, além da sua prática no ambiente doméstico (o que dificulta enormemente a sua prevenção e enfrentamento), a complexidade do problema só aumenta e sempre se manifesta de forma multifacetada.

O que nos leva a se perguntar sobre qual é a natureza das relações sócio-culturais entre homens e mulheres, como se poderia definir os pilares que constroem essas relações, que são capazes de uma prática e situações devastadoras e de uma crueldade tamanha, tão difíceis de compreender, de se explicar e de se enfrentar! Insistimos que, principalmente, por esses crimes serem cometidos por alguém que você escolheu viver para sempre, amar para sempre… até a morte! Por mais paradoxal que seja, essa análise exige um olhar especial, pois envolve sentimentos, intimidade, afeto, amor e privacidade.

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E a violência contra a mulher continua desenfreada, com inúmeros casos de agressões, estupros, tentativas de homicídio, feminicídio, na Paraíba e no Brasil, num crescendo diário de perversidade e crueldade. Uma realidade trágica e paralisante! É fundamental levar em conta as especificidades que esses crimes apresentam, a dominação masculina secular e o controle sobre a consciência de ser mulher no mundo, que leva à naturalização e a aceitação da violência doméstica.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, “a violência que atinge meninas e mulheres tem como raiz os diferentes valores atribuídos culturalmente a mulheres e homens que determinam expectativas sobre seus comportamentos.” Relatório – 4ª edição-2023 – pág. 08.

A gravidade e a crueldade dos casos violência doméstica, nas suas diferentes formas, expressões e conexões, ainda nos surpreende, nos choca e nos paralisa! Mas, não nos calará jamais!

É preciso insistir, repensar e ampliar parcerias para uma estratégia de prevenção e de enfrentamento à violência contra a mulher. O desafio está posto, convidamos as mulheres a enfrentá-lo!

*Feminista e sertaneja