Aluna de Medicina desvia R$ 927 mil de formatura e diz que sofreu golpe

Uma universitária de 25 anos é investigada sob a suspeita de ter desviado R$ 927 mil do fundo de formatura dos alunos da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). A formatura é bancada com dinheiro arrecadado pelos alunos.

Alicia Muller afirma, em sua defesa, que teria sido vítima de um golpe de R$ 800 mil da corretora Sentinel Bank.

Alicia é investigada pela Secretaria de Segurança Pública de SP por apropriação indébita. A reportagem falou com a suspeita, que pediu para procurar a USP, e também procurou a Sentinel Bank, mas ainda não recebeu resposta.

“Descumpriu nosso Estatuto ao movimentar esse montante sem a assinatura de nenhum outro membro e transferindo-o a uma conta pessoal sua”, dizem, em nota, os membros da comissão de formatura da turma 106 da Medicina/USP.

Os colegas de Alicia revelam que ficaram sabendo do desvio depois que a própria estudante teria enviado uma mensagem de WhatsApp confessando.

“Ela alega ter perdido cerca de R$ 800 mil investindo em um esquema supostamente fraudulento da empresa ‘Sentinel Bank’. O restante confessa ter utilizado para, em cunho pessoal, contratar advogados para tentar reaver o dinheiro perdido.”

Ao todo, 110 alunos teriam sido afetados pelo desvio. A formatura, a colação de grau e o baile dos formandos estavam previstos para serem realizados no início de 2024.

Alunos planejam nova arrecadação

Um aluno disse que seus colegas ficaram “em absoluto choque”, mas que não desistiram da festa. “A gente tem a intenção de fazer essa festa, mas temos de fazer acordos novos, temos de pensar em soluções novas, uma arrecadação nova. Todas essas ideias estão sendo pensadas para depois botar o plano em ação”, contou.

Procurada, a USP também confirmou a denúncia. Em nota, diz que “os fatos estão sendo apurados” e que “está apoiando na orientação aos alunos envolvidos”.

Já a ÁS Formaturas, contratada para organizar o evento, disse em nota que “todas as transferências foram realizadas rigorosamente conforme estabelecido nas cláusulas contratuais” e que fornecerão os documentos solicitados pelas autoridades durante a investigação.

“A responsabilidade da ÁS no contrato limitava-se a arrecadar os valores dos formandos e transferir para a turma, além da realização da cobertura fotográfica”, informa a empresa. As informações são do Uol.