Alto custo: morrer no Brasil custa 39 dias de trabalho, diz estudo

Morrer no Brasil custa em média 39 dias de trabalho. Isso equivale a R$ 2,5 mil de remuneração gasta nas despesas de um funeral. Pode ser menos, como no Distrito Federal, onde o custo da morte é de 19 dias, ou muito mais. No Maranhão, um trabalhador gastará 64 dias de seus rendimentos para honrar as despesas fúnebres. Os dados são de um estudo promovido pela Associação Brasileira de Empresas Funerárias e Administradoras de Planos Funerários (Abredif). Ele se baseia na renda média dos estados, segundo dados da  Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O impacto desses gastos – aliados à dor pela perda de um ente querido – atinge tanto a saúde financeira do núcleo familiar quanto o desempenho profissional do trabalhador, já que o endividamento provoca intenso estresse, que pode se refletir até mesmo nas rotinas da empresa em que ele exerce atividades.

 

Mais produtividade

O trabalhador se beneficia diretamente desse serviço e a empresa também obtém vantagens. Menos pressionada pelo temor de dívidas com tratamentos de saúde e despesas inesperadas, a equipe responde com ganhos de produtividade. 

“Há vários estudos que mostram que funcionários endividados faltam mais e rendem menos”, alerta Kuminek. Entre os mais recentes,  o relatório britânico Employers Guide to Financial Wellbeing 2019-2020 aponta que o trabalhador com dívidas rende até 15% menos que os demais. Essa projeção tem que ser considerada no planejamento estratégico das empresas empregadoras, já que pelo menos 84% dos trabalhadores enfrentam algum problema financeiro, segundo dados da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).

Endividamento reduz qualidade

O velho ditado de que tempo é dinheiro ilustra como o endividamento de um colaborador pode impactar no rendimento das organizações. O levantamento realizado pela consultoria Blue Numbers junto a 60 companhias brasileiras concluiu que um profissional com problemas financeiros pode perder até uma hora por dia resolvendo pendências com bancos e demais instituições.

Além do tempo desperdiçado, a qualidade das atividades também é afetada já que são comuns as ligações de cobrança em horário de trabalho. O estresse acaba sendo incorporado à rotina e pode resultar em menor atenção, noites mal dormidas e doenças correlatas, como pressão alta, condições cardiovasculares, depressão e ansiedade.

Não é incomum que esse cenário se desdobre em problemas com absenteísmo, enfraquecimento do clima organizacional e gere, até mesmo, gastos com demissões e recontratações.