Alianças nos estados contrariam 10 das 12 chapas presidenciais, aponta G1

Candidaturas anunciadas ao Palácio do Planalto têm a participação oficial de 25 das 32 legendas registradas no TSE

TSE aprova o registro da federação partidária entre PT, PCdoB e PV

As alianças entre os partidos na disputa aos governos estaduais contrariam, no plano nacional, 10 das 12 chapas presidenciais. As duas únicas exceções são o PCB e o PSTU.

As 12 candidaturas anunciadas ao Palácio do Planalto têm a participação oficial de 25 das 32 legendas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), distribuídas em coligações ou chapas únicas. Outras seis declararam apoio a algum nome. Apenas o PCO não estará em nenhum palanque para presidente.

Essa divisão, no entanto, não se reproduz de forma uniforme regionalmente, segundo análise feita pelo g1 a partir dos dados de 219 nomes aos governos dos estados e do Distrito Federal.

As informações foram obtidas junto aos próprios partidos e nas atas das convenções entregues à Justiça Eleitoral e levam em conta tanto as alianças formalizadas em coligações quanto apoios declarados até a última sexta-feira (12).

O cenário ainda pode mudar. Os partidos têm até esta segunda-feira (15) para registrar as candidaturas. E uma das presidenciais, por exemplo, ainda não havia sido oficializada até a publicação desta reportagem: a de Eymael (DC). Além disso, uma outra, a de Pablo Marçal (Pros), foi lançada por uma ala do partido que perdeu o controle da legenda por decisão liminar.

O Pros enfrenta outra controvérsia interna: em Santa Catarina, o partido tem dois diretórios, que tomaram decisões diferentes. Um dos diretórios lançou Ralf Zimmer ao governo estadual. Já o outro indicou apoio à reeleição de Carlos Moisés, do Republicanos. O caso foi levado à Justiça, que ainda vai analisá-lo.

Em muitas campanhas, legendas adversárias na eleição presidencial vão pedir votos para os mesmos candidatos a governador. Então, se na corrida para presidente da República a maioria das conexões aparecem geralmente dentro do mesmo espectro político, nos estados, isso vira um emaranhado, com coalizões formadas inclusive com partidos rivais. (veja o gráfico acima)

Um exemplo inusitado que explica como as costuras estaduais seguem uma lógica própria ocorre no Amapá, onde Clécio Luís (Solidariedade) disputa o governo do estado apoiado tanto pelo PL, de Bolsonaro, quanto pelo PT, de Lula, e o PDT, de Ciro Gomes.

Essa aparente incoerência entre as alianças dos partidos, comum também em eleições anteriores, se explica, em parte, por conta da extensão territorial do país e a sua diversidade inerente, que impactam nas realidades e interesses regionais.

“Os estados brasileiros têm características que não necessariamente correspondem ao ponto de vista da política em nível nacional e é por isso que esse tipo de aliança, que parece incongruente, acaba acontecendo”, explica Cláudio Couto, professor de ciência política da FGV-EAESP.

Ele acrescenta que, “muitas vezes, tem questões que são consideradas de estratégia eleitoral, muito mais do que propriamente de uma afinidade maior do ponto de vista ideológico”. Para Couto, no entanto, isso não, necessariamente, representa um problema. “Um país diverso como o Brasil comporta essa diversidade”, diz.

Do G1