Fotos: Agentes de trânsito e amigos de Diogo fazem vigília para pedir prisão de Rodolpho

Agentes de trânsito e amigos de Diogo Nascimento, 34 anos, morto após ser atropelado durante uma blitz da Operação Lei Seca pelo estudante Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva, 24 anos, fizeram uma vigília na tarde desta segunda-feira (30), no Fórum Criminal de João Pessoa, para cobrar do poder judiciário paraibano a decretação da prisão do acusado.

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O pedido de prisão preventiva de Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva foi formalizado na última quinta-feira (26) pelo delegado Reinaldo Nóbrega, da Delegacia de Homicídios da Capital.

Também nesta segunda-feira, a promotora de Justiça, Artemise Leal, do 1º Tribunal do Júri da Capital, deu entrada com denúncia por homicídio doloso – quando a intenção de matar – contra Rodolpho Carlos.

O pedido da promotora pode ser analisado a qualquer momento pelo juiz Antônio Maroja, que preside interinamente o 1º Tribunal do Júri em substituição ao juiz Marcos William, que está de férias.

Relembre o caso

Na madrugada do último dia 21, Rodolpho Carlos atropelou o agente de trânsito Diogo Nascimento de Souza. Após sair de um bar e ser parado na blitz de trânsito, testemunhas disseram que o estudante acelerou seu carro, um Porsche avaliado em R$ 500 mil, atropelou a vítima e deixou o local sem prestar socorro. Diogo chegou a ser levado com vida para o Hospital de Trauma de João Pessoa, mas morreu um dia depois.

Nas primeiras horas do dia 21, a juíza plantonista Andréa Arcoverde Cavalcanti Vaz, do 1º Juizado Especial Misto de Mangabeira, decretou um mandado de prisão temporária alegando “medida de extrema relevância para elucidação dos fatos criminosos e apuração de sua participação no crime ora em apuração”.

A magistrada destacou em sua decisão que “o acusado evadiu-se do local do crime sem prestar socorro à vítima, demonstrando a intenção de furtar-se a sua responsabilidade penal pelos fatos praticados”.

Contudo, às 3h do dia 22, o desembargador Joás de Brito Pereira Filho, do Tribunal de Justiça da Paraíba, atendeu a um habeas corpus impetrado pela do advogado de Rodolpho e, antes mesmo de o jovem ser preso, emitiu um salvo-conduto “para que o paciente não venha a ser preso em decorrência da prisão temporária”.

O desembargador alegou em sua decisão “não existir justa causa a justificar o cerceamento do direito de locomoção”, a não ser que “fatos novos” justifiquem a “medida extrema”.

Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva é herdeiro do Grupo São Braz, a maior empresa alimentícia do Estado. A família também é proprietária da Rede Paraíba de Comunicação, afiliada da TV Globo.

O grupo é comandado pelo empresário José Carlos da Silva Júnior, que já foi vice-governador da Paraíba (1983-86) e primeiro suplente de senador pelo PMDB, entre 1995 e 2003, assumindo o cargo em duas ocasiões, por um breve período, em 1996 e 1999.