Advogado vai a delegacia para libertar cliente e é preso por transportar estimulante sexualUm advogado criminalista de 56 anos foi preso na madrugada deste domingo (19) ao comparecer na delegacia para representar um cliente que havia sido detido por receptação. Ele era procurado pela Justiça desde setembro, quando foi condenado a 5 anos e 10 meses de prisão em regime fechado por “crime contra a incolumidade pública” por transportar 1.600 comprimidos de Pramil, estimulante sexual paraguaio com venda proibida no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com o boletim de ocorrência, por volta das 3h50 o advogado Adiralvaro Amaral Evangelista chegou à delegacia para representar um cliente, que havia sido detido por receptação de um veículo furtado. Quando o escrivão foi registrar o número da OAB do advogado no sistema, identificou que ele era procurado pela Justiça. De acordo com o Cadastro Nacional de Advogados (CNA) do Conselho Federal da OAB, o registro de atuação do advogado, feito em Mato Grosso do Sul, está regular.

Um mandado de prisão foi expedido no dia 25 de setembro de 2017, resultado de uma ação que tramitou na Comarca de Itatinga. O advogado foi denunciado pelo Ministério Público, depois de ter sido preso em flagrante em operação da Receita Federal e Polícia Rodoviária, com 1.600 comprimidos de Pramil, um estimulante sexual paraguaio com venda proibida no Brasil. No dia da ocorrência, em 11 de maio de 2015, o advogado estava em um ônibus voltando de Foz do Iguaçu, segundo dados disponíveis no site do TJ. O ônibus foi abordado pelos policiais no pedágio de Itatinga (SP).

Na época, Adiralvaro Amaral informou que havia comprado os comprimidos no Paraguai e que era para uso pessoal. Durante o processo, ele também informou que não sabia que a importação era proibida, já que fazia o consumo há 4 ou 5 anos. Ainda segundo o MP, o advogado informou que ‘tem várias mulheres” e faz o consumo de “três ou quatro comprimidos por dia”.

Segundo o juiz Wellington Barizon, a quantidade de comprimidos apreendida era “suficiente para assegurar o uso ininterrupto de um comprimido por dia por um período superior há 4 anos. Por isso, o advogado foi condenado a 5 anos e 10 meses de prisão em regime fechado por manter em depósito para “distribuir ou entregar medicamentos sem registro no órgão de vigilância sanitária competente”, crime “contra a incolumidade pública”.

A denúncia cita ainda que, na época da primeira prisão em flagrante, o advogado já tinha dois mandados de prisão emitidos pelo estado de Mato Grosso do Sul. No entanto, o processo não detalha o motivo dos mandados.

De acordo com a Polícia Civil, o cliente do advogado que havia sido preso, pagou fiança e foi liberado. Já o advogado foi recohido para carceragem local e será transferido para a Cadeia Pública de Mogi das Cruzes posteriormente. A prisão ocorreu na cidade de Itaquaquecetuba (SP).