A Paraíba dos livros faz escola no “país das armas”

O Brasil e a Paraíba vivem momentos distintos quando a pauta é educação. Enquanto o governo Jair Bolsonaro promoveu cortes profundos de mais de R$ 5,8 bilhões na área, comprometendo principalmente o ensino superior e a pesquisa científica, na Paraíba o governo João Azevêdo aposta na ampliação dos investimentos na educação como arma para a inclusão social.

Na pauta do governo João Azevêdo estão o concurso com 1 mil vagas para professor incluindo disciplinas como sociologia, história e filisofia, o programa Primeira Chance, que oferecerá estágios em empresas para alunos das escolas técnicas estaduais e a construção de novas escolas técnicas em cada região do Estado. Outros programas exitosos como o Gira Mundo, que possibilita que estudantes da rede pública façam intercambio para outros países, o 14º salário para professores e o projeto PRIMA, com formação de orquestras de jovens músicos colocam a Paraíba em posição de vanguarda.

Já o governo Jair Bolsonaro parece não ter encontrado um rumo para a política nacional de educação com cortes em programas como o PROUNI e, consequentemente nas cotas raciais e com o patrulhamento ideológico aos professores com o projeto Escola sem Partido. Os concursos públicos também estarão suspensos por dois anos em toda a administração federal. O próprio Ministério da Educação é prova disso com mudanças constantes de ministros e secretários executivos que constantemente “batiam cabeça” sobre a mão intervencionista do governo federal e as novas diretrizes da educação.

O cenário educacional é preocupante em todo o país, mas coloca em questão dois paralelos. Um Brasil que vem apostando nas armas e na repressão para o enfrentamento dos desafios de uma sociedade com fortes traços de desigualdades e uma pequena Paraíba que vem apostando nos livros e na educação para superação dos desafios históricos de um estado pobre, mas que vem escrevendo uma nova história e um futuro diferente. O tempo mostrará quem escolheu o caminho correto. Mas como conceituou o patrono da educação brasileira, Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.