Governo da PB promove workshop para debater algodão orgânico

O projeto Algodão Paraíba vem atraindo instituições de vários Estados brasileiros e organismos internacionais ligados à cadeia produtiva do algodão e o mercado consumidor que buscam a sustentabilidade. Para debater oportunidades e desafios do setor no Brasil e na Paraíba, se reuniram nesta quarta-feira (27), no Verdegreen Hotel, em João Pessoa (PB), pesquisadores, técnicos e extensionistas rurais de diversas instituições durante o 1º Workshop sobre Algodão Orgânico da Paraíba.

Ao final do evento, será gerado um documento contendo todas as discussões e soluções práticas que venham contribuir para a ampliação da área plantada e a inclusão da agricultura familiar na cadeia produtiva desta cultura. O evento foi conduzido pelo diretor técnico da Emater, uma unidade da Gestão Unificada (Emepa/Interpa/Emater), vinculada à Secretaria do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca,Vlaminck Saraiva, que também atuou como mediador dos debates, e pelo coordenador de operações da empresa, Alexandre Alfredo.

O workshop foi aberto pelo diretor administrativo da Gestão Unificada, Jean Queiroga, que fez uma explanação sobre a GU, ressaltando também o trabalho de extensão rural desenvolvido pela Emater. Lembrou que o algodão sempre esteve presente na vida de agricultores paraibanos, inclusive seus familiares, que durante longo período trabalhavam essa cultura no município de Sousa, Sertão da Paraíba, até aparecer a praga do bicudo no ano de 1983. Ele disse acreditar no Algodão Paraíba, que, na sua visão, vai trazer renda e perspectiva de melhoria de vida para as famílias agricultoras.

Participam do evento representações de órgãos governamentais de pesquisa e de assistência técnica e extensão rural, além de instituições representativas do setor têxtil, da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação (FAO). Entre os participantes estão a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), a Textile Enchangue, a Associação Brasileira de Varejo Têxtil (ABVTEC), a Coopenatural, o Comitê Estadual de Orgânico, o Instituto Biodinâmico (IBD), Vertshos, o Centro de Pesquisa e Assessoria do Ceará e a Embrapa Algodão.

O chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Algodão, João Henrique Zonta, disse que a Embrapa tem satisfação de trabalhar com a Emater-PB. “Estamos desenvolvendo tecnologias para que o algodão se desenvolva cada vez mais e chegue ao agricultor não somente da Paraíba, mas de outros estados brasileiros. Com a união da pesquisa, da extensão e da comercialização, todos ganham”, destacou.

O diretor executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX),  Edmundo Lima, ressaltou a importância do evento como forma de fomentar parcerias que estimulem a produção orgânica para atender a demanda dos grandes varejistas num mercado em extensão e cada vez mais exigente. Ele entende que a Paraíba está no caminho certo ao estimular a produção de algodão orgânico, apesar de ser em pequena escala.

Já o diretor da indústria Norfil S/A, Ariel Horovitz, empresa que se compromete adquirir a produção de Algodão Paraíba, que proferiu palestra sobre as experiências com fios de algodão orgânico no Brasil para o mercado local e internacional, enfatizou que o evento é um momento para avançar nas discussões porque reúne muitos parceiros importantes para o fortalecimento da atividade desde a pesquisa à comercialização.

Outro executivo que também destacou a realização do evento como sendo uma oportunidade para consolidar avanços quanto a produção de algodão orgânico foi Alexander Harkalay, do Instituto Biodinâmico (IBD), de São Paulo. “O evento se constituiu numa excelente oportunidade para definir um grande programa voltado ao algodão orgânico”, disse. Ele avalia que a Paraíba dispõe de características climáticas onde será possível avançar com a produção de algodão ecológico.

Recentemente, aconteceu em Campina Grande um curso de capacitação com equipe técnica da Emater que vai atuar como inspetores internos dos grupos de produtores de algodão orgânico e as culturas que compõem o consórcio produtivo, como milho, feijão e gergelim, que deverão ser certificados por auditoria do IBD.