Com uma vida dedicada à arte e a cultura, colecionando prêmios em uma consagrada carreira no teatro, cinema e televisão, a atriz Zezita Matos foi homenageada na tarde desta sexta-feira (25), durante uma sessão especial que refletiu o assunto sob o tema ‘Arte Não é Brincadeira: É um Reflexo da Realidade’, proposta pela vereadora Helena Holanda (PP).

Realizada no Plenário Senador Humberto Lucena, na Câmara Municipal de João Pessoa (CMPJ), e secretariada pela vereadora Sandra Marrocos (PSB), a sessão especial contou com a participação de vários artistas e personalidades do mundo da cultura, como os cantores e compositores Adeildo Vieira e Lis Albuquerque, a atriz Madalena Acccioly, os palhaços Pipi e Dadá Venceslau e ainda o presidente do Folia de Rua, Raimundo Nonato, o Bola e foi coroada com muita música e performances.

A vereadora Helena Holanda, durante seu discurso, anunciou dois projetos de sua autoria em benefício da arte e da cultura pessoense: o Prêmio Municipal de Cultura e o que estabelece a obrigatoriedade da contratação de artistas da terra na abertura de eventos artísticos financiados com recursos públicos.

O Prêmio, que tramita junto as comissões permanentes da casa, cria seis categorias, premiadas no valor de 2,5 salários mínimos, cada. No Plenário, Helena divulgou os nomes de cada um: Prêmio Madalena Accioly para melhor ator(iz); Prêmio Maria Lindalva Xavier ao melhor poeta/poetisa; Prêmio Adeildo Vieira para melhor cantor(a); Prêmio Dadá Venceslau a melhor palhaço(a); Prêmio Evanice Santos a melhor artista plástico; Prêmio Itapuã Botto para melhor escritor(a).

O outro normatiza a abertura de eventos promovidos pelo Município. A ideia é que artistas locais, com ou sem deficiência, e idosos, sejam convidados pelos promotores de evento, e define o cachê desses artistas.

Sandra Marrocos, o ex-deputado Assis Camelo e a poetiza Maria Lindalva Xavier também fizeram uso da tribuna, entre outros. Sandra falou que vai utilizar a emenda impositiva para reeditar emendas voltadas à cultura, enquanto os demais saudaram a vida e a carreira da homenageada.

Teatro, educação e política

A Câmara de João Pessoa concedeu duas honrarias à Zezita Matos: a Medalha Ariano Suassuna, a mais alta comenda cultural da Casa, e o Título de Cidadã Pessoense a artista nascida em Pilar há 75 anos e que aos 16, no Lyceu Paraibano, descobriu o teatro.

A Medalha foi proposta em 2008 pela então vereadora Paula Fracinete, que nesta sexta-feira foi à tribuna saudar a homenageada, lembrando passagens da atriz pela Ditadura Militar. “Você (Zezita) é aquela que lutou, que diz que recebeu o título de ‘Dama do Teatro’, e que sempre recebe esse título rindo. ‘Eu sou é operária. Ainda pago para fazer teatro. O retorno é mínimo’”, lembrou a ex-vereador, citando uma frase bem conhecida da atriz.

“Esta homenagem me deixa feliz e sensibilizada, ainda mais porque eu continuo fazendo o que eu comecei fazer em 1958: teatro, educação e política. Não há um ato no ser humano que não seja político”, declarou Zezita, de improviso, ao agradecer as comendas. “Vendo aqui meus companheiros da Academia de Cinema, Academia Feminina Letras de Arte, tudo isso é muito para Zezita. Muitas outras merecem”.

Com mais de 50 anos de carreira artística e quase 40 como professora, Zezita tem no invejável currículo atuações em filmes como ‘Cinema, Aspirinas e Urubus’, ‘Baixio das Bestas’ e ‘O Céu de Suely’, que em 2014, recebeu o prêmio de Melhor Atriz pelo longa-metragem ‘A História da Eternidade’ (2014) e ano passado, brilhou na novela Velho Chico no papel de Piedade, mãe de Santo (do saudoso Domingos Montagner) e Bento (Irandhir Santos).

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