Vídeo: Fantástico denuncia que extração de Turmalina Paraíba pode ter ligação com Al-Qaeda

O programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, exibido na noite deste domingo (7), trouxe detalhes da operação desencadeada no final do mês passado pela Polícia Federal e Ministério Público Federal. Batizada de ‘Sete Chaves’, a operação visava combater o tráfico da Turmalina Paraíba, uma das pedras preciosas mais caras que existem no mundo, extraída no distrito de São José da Batalha, em Salgadinho, no Sertão paraibano.

O programa detalhou como funcionava um esquema internacional para explorar ilegalmente a Turmalina Paraíba e levá-la para fora do Brasil. Os repórteres Maurício Ferraz e Alan Graça Ferreira revelaram como a pedra chegava à Tailândia, em um esquema que teria conexão com um dos grupos terroristas mais temidos do mundo.

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O repórter Maurício Ferraz teve acesso à mina que funcionava sem autorização em Salgadinho

O Fantástico teve acesso à mina que funcionava até janeiro deste ano sem autorização, sem segurança e com pouquíssima circulação de ar e iluminação. “Você anda, anda, anda e vai faltando o ar. Em alguns pontos da mina o que liga um túnel ao outro é um buraco de 15, 20 metros. Eles colocam madeiras e a gente tem que confiar”, contou o repórter Maurício Ferraz.

“O lugar está no centro de uma fraude internacional que envolvia empresários do Brasil e compradores estrangeiros, entre eles um homem do Afeganistão, suspeito de envolvimento com um dos principais grupos terroristas do mundo, a Al-Qaeda. Apesar da precariedade no trabalho e dos riscos, uma preocupação a empresa tinha: fechar os túneis com grade”, completou.

A Turmalina Paraíba é uma das pedras mais raras, mais caras e mais procuradas do mundo. Mais rara até que o diamante. “É umas das gemas mais caras que se tem pela raridade, porque o diamante, na verdade, geologicamente falando não é tão raro quanto se pensa”, afirma Antônio Luciano Gandini, geólogo da Universidade Federal de Ouro Preto, ouvido pelo Fantástico.

A joalheira e gemóloga Lydia Leão Sayeg diz que a Turmalina Paraíba pode atingir até R$ 200 mil por quilate
A joalheira Lydia Leão Sayeg diz que a Turmalina Paraíba pode atingir até R$ 200 mil por quilate

“Na Turmalina Paraíba, devido ao seu neon, essa cor com essa grande luz que ela tem, ela impressiona os olhos de todo e qualquer consumidor. Nós podemos ter valores que podem começar de R$ 15 mil, R$ 20 mil e atingir até R$ 200 mil por quilate”, observou a joalheira e gemóloga Lydia Leão Sayeg.

Além da Paraíba, mais três lugares do mundo produzem esse tipo de turmalina: no Brasil, no Rio Grande do Norte; e na África, na Nigéria em Moçambique. Mas nenhum deles oferece uma pedra de maior qualidade do que São José da Batalha. “São as melhores ocorrências do mundo na Paraíba”, diz o geólogo Antônio Luciano Gandini.

Durante dois anos, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigaram minas da região. Também acompanharam os passos de garimpeiros e empresários no Brasil e no exterior com a ajuda do FBI, a Polícia Federal dos Estados Unidos. Assim, desvendaram o esquema de exploração ilegal das turmalinas paraíbas.

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