Vereador de Campina diz que grupo Cunha Lima não tem moral para falar em saúde

O vereador Napoleão Maracajá (PCdoB) reagiu com perplexidade às críticas feitas à Secretária Estadual de Saúde, na tarde desta quarta-feira (27), pelo programa eleitoral do PSDB na televisão. Para o parlamentar campinense, o grupo Cunha Lima não tem moral para atacar o Estado, já que promove, segundo ele, uma das gestões mais desastrosas da história de Campina Grande na área de saúde.

“Estou perplexo com o cinismo dessa gente. Esse grupo governa Campina há mais de duas décadas e nunca foi capaz de solucionar os problemas da saúde da nossa cidade. Agora, vem o líder deles dizer na televisão que vai resolver o que nunca tiveram capacidade de resolver. Será que eles pensam que o povo é bobo?”, indagou Maracajá, que acrescentou: “esse mesmo grupo teve a oportunidade de governar a Paraíba por quase 12 anos e também não fez nada, a não ser sugar o sangue dos paraibanos”.

Napoleão Maracajá, que é candidato a deputado estadual pela coligação ‘A Força do Trabalho’, aproveitou para lembrar que a gestão Cunha Lima está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE) pela morte de 44 recém-nascidos no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA). A maternidade é administrada pela Prefeitura de Campina Grande, gerida por Romero Rodrigues (PSDB), primo do senador Cássio Cunha Lima (PSDB).

O vereador lembrou que as mortes dos recém-nascidos, registradas entre janeiro e março deste ano, viraram manchete na mídia nacional. “O Ministério Público também está apurando a precariedade no atendimento. Funcionários filmaram a realização de partos corredores e sofás do ISEA. As denúncias contra a gestão Cunha Lima são muito graves”, observou Maracajá.

Para o vereador, é inadmissível que, uma maternidade de referência em atendimento de gestantes na região do Agreste da Paraíba, venha sendo alvo de denúncias tão graves e ofereça um serviço de péssima qualidade às mulheres gestantes de Campina Grande e de municípios da região. “São vidas de recém-nascidos que foram ceifadas, ou por negligencia ou por condições precárias no atendimento da maternidade”, lamentou.

Ele lembrou que o próprio ISEA admitiu, à época, que nos primeiros meses deste ano foram registradas 44 mortes, 11 a mais do que o número computado no mesmo período de 2013. “Os dados do Ministério Público revelam que Campina Grande apresenta índices alarmantes, uma vez que as 31,4 mortes de recém-nascidos para cada 1 mil nascimentos no ISEA, identificadas no primeiro trimestre de 2014, é quase o dobro da média nacional, que é de 15,8 para cada mil partos”, disse o vereador, acrescentando que as denúncias contra a gestão Cunha Lima também está sendo apurada pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos.